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Pernambuco sai na frente no País ao lançar um plano de transição para uma economia sustentável e regenerativa

O lançamento do plano foi feito pela governadora Raquel Lyra, durante evento no Bairro do Recife. O guia foi apresentado antes, na COP 28, em Dubai
  • Categoria: Pernambuco
  • Publicação: 02/07/2024 09:26
  • Autor: Adriana Guarda

As mudanças climáticas e a transformação digital trouxeram o desafio de repensar o modelo de desenvolvimento no Brasil e no mundo. Os argumentos de crescimento do Produto Interno Bruto e (PIB) e a geração de empregos não são mais suficientes para implantar empreendimentos a qualquer custo. O componente da sustentabilidade não pode estar dessociado do desenvolvimento econômico. 

Diante da realidade, Pernambuco sai na frente no País e apresenta à sociedade o Plano de Ação e Modelo de Governança, com propostas práticas para orientar o Estado a fazer a transição para uma economia sustentável e regenerativa. 

O lançamento do plano foi feito por Raquel Lyra, nesta segunda-feira (1º), durante evento no auditório do Porto Digital. O guia faz parte do Plano Pernambucano de Mudança Econômico-Ecológica (PerMeie), política pública lançada na COP-28, em dezembro de 2023, em Dubai, pela governadora. 

“Nós lançamos o plano operacional em cima do PerMeie, e esse planejamento está dividido em cinco eixos, que vão desde um trabalho com a economia da biodiversidade da Caatinga até a questão da necessidade do planejamento e desenvolvimento urbano de maneira sustentável. É um guia para que possamos colocar em prática o que Pernambuco espera de nós, permitindo que o nosso Estado possa crescer de maneira sustentável, no modelo que é ambientalmente adequado”, destaca.

Inédito, o Plano de Ação foi desenvolvido pela equipe da Consultoria Econômica e Planejamento (Ceplan), com expertise em planejamento estratégico, e que tem a economista e socióloga pernambucana Tania Bacelar como uma das sócias-fundadoras.

“É preciso deixar de usar a natureza como algo para explorar. O plano não é uma iniciativa só de governo, porque quando falamos de desenvolvimento e sustentabilidade estamos falando de longo prazo", destaca Tania. 

MATRIZ REGENERATIVA

O plano traz diretrizes para que a sociedade pernambucana possa desenvolver suas políticas públicas e executá-las a partir da concepção de uma economia sustentável de matriz regenerativa e inclusiva. É uma proposta estratégica de ações e iniciativas, de curto e médio prazos, que devem ser priorizadas para um novo modelo de desenvolvimento sustentável.

“O que nós temos conversando muito é que esse plano dá as bases para a construção da nova política de atração de investimentos para Pernambuco. Queremos que nossas políticas públicas transformem nosso Estado, para que ele se torne referência em justiça econômica, social, climática e ambiental, ao mesmo tempo em que se compromete com a regeneração dos seus biomas Caatinga e Mata Atlântica”, destacou a secretária de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha, Ana Luiza Ferreira.

AÇÕES PRÁTICAS

O plano detalha, por exemplo, propostas para realizar uma transição sustentável e oportunidades econômicas e financeiras factíveis, como os projetos em energia renovável e bioeconomia; agricultura sustentável e regenerativa; e as soluções baseadas na natureza.

Entre as práticas previstas estão desde soluções de baixo carbono e de proteção a unidades de conservação; passando por estratégias para incentivar o hidrogênio verde e energia solar; o fortalecimento da economia circular, entre outras ações.

Na interlocução com o setor produtivo, a governadora citou os exemplos da mudança da matriz energética no Polo Gesseiro, no Sertão do Araripe, por meio da chegada do gás natual entregue pela Copergás às indústrias para evitar o uso da lenha da caatinga.


Questionada sobre a obra do Arco Metropolitano, um bom exemplo da interação que precisa ocorrer entre interesses econômicos e meio-ambiente, Raquel Lyra disse que o edital de licitação do trecho sul será lançado "nos próximos dias", mas não precisou data. 

CONVIDADOS 

"A natureza vem dando recados há muito tempo e a tragédia das enchentes no Rio Granade do Sul materializou esse aviso. Pernambuco foi o primeiro Estado que lançou um documento desses. Nem os governos estaduais nem federal lançaram uma iniciativa assim, pensando em um futuro diferente", afirma o sociólogo, cientista político e jornalista Jorge Caldeira, que participou do lançamento do Plano no Recife. 

Na avaliação do economista Eduardo Giannetti, que também participou do evento, a apresentação do documento coloca Pernambuco em posição de liderança em relação ao restante do País. "Li as 100 páginas do Plano e me chamos atenção alguns pontos como a transversalidade, mostrando que o desenvolvimento econômico não pode ser tratado de forma separada, sem a discussão com outras áreas", alerta. 

Outro ponto que chamou a atenção do economista foi a interiorização, numa tentativa de espalhar as oportunidades para todas as regiões de desenvolvimento do EStado, do Litoral ao Sertão.

Fonte: JC Online