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11 cristãos desaparecem após serem condenados no Vietnã

Seis protestantes e cinco católicos foram presos por se recusarem a negar sua fé e foram acusados de "minar a política de unidade nacional".
  • Categoria: Gospel
  • Publicação: 10/07/2024 10:23
  • Autor: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE INTERNATIONAL CHRISTIAN CONCERN

Onze cristãos, condenados por suas atividades religiosas, desapareceram de uma prisão no Vietnã, levantando preocupações sobre o tratamento dispensado aos seguidores de Cristo no país comunista.

 Segundo o International Christian Concern (ICC), organização que apoia cristãos perseguidos, os 11 homens, seis protestantes e cinco católicos, foram detidos em diferentes momentos entre 2011 e 2016. Juntas, suas sentenças somam 90 anos e oito meses de prisão. Agora, ninguém sabe onde eles estão.

 Os seis protestantes foram acusados de "minar a política de unidade nacional" devido ao seu envolvimento com o movimento protestante do povo Degar, não reconhecido pelo governo comunista do Vietnã. De acordo com a Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF), um deles, chamado Sung A Khua, teve a casa destruída, e ele e sua família foram expulsos de sua aldeia por não renunciarem a sua fé em Cristo. Mais tarde, eles puderam retornar, mas Sung continuou sendo perseguido e foi preso por "desmatamento", após usar árvores perto de sua residência para reconstruir sua casa. Outro protestante, Y Hriam Kpa, foi detido após se recusar a fechar sua igreja.

 O povo Degar, também conhecido como Montagnards, é um grupo tribal indígena que vive nas Terras Altas Centrais do país. Na Guerra do Vietnã, muitos deles foram aliados dos Estados Unidos e se converteram ao cristianismo. De acordo com o grupo de defesa Campaign to Stop Torture in Vietnam, "funcionários do governo rotineiramente forçam os cristãos de Montagnard a se retratarem publicamente de sua religião, [e] aqueles que continuam a adorar em igrejas domésticas independentes enfrentam espancamentos e prisões".

 Já os cinco católicos, Runh, A Kuin, A Tik, Run e Dinh Kuh, também foram acusados de "minar a política de unidade nacional" por participarem da Igreja Católica Ha Mon, uma denominação não regularizada pelo regime vietnamita.

 A USCIRF denunciou que, além dos 11 presos desaparecidos, outros quatro detentos cristãos sofreram tortura e maus-tratos. Alguns pastores, que trabalham no Vietnã, também relataram que foram forçados a informar o número de fiéis de sua igreja e os nomes dos frequentadores.

 As autoridades vietnamitas têm um histórico de perseguição e hostilidade contra os cristãos, especialmente em vilas onde são constantemente vigiados. As autoridades locais utilizam diversas formas de perseguição, incluindo pressionar os maridos a se divorciarem de suas esposas cristãs, o que também prejudica os filhos. Quando os maridos se recusam a fazê-lo, todos os subsídios governamentais, como alimentos, educação e fonte de renda, são cortados.

 O Vietnã ocupa a 35ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2024, que classifica os 50 países onde os cristãos enfrentam as maiores perseguições no mundo.

 A situação no Vietnã é alarmante e reflete a necessidade urgente de intervenções internacionais para garantir a proteção dos direitos humanos e a liberdade religiosa. É imperativo que as autoridades vietnamitas sejam responsabilizadas por essas violações e que medidas concretas sejam tomadas para assegurar que casos como estes não se repitam.

Fonte: Guia-me