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Jovens descobrem ser irmãs gêmeas após se conhecerem no TikTok

Elene Deisadze e Anna Panchulidze souberam que foram sequestradas quando bebês.
  • Categoria: Internacional
  • Publicação: 10/07/2024 10:39
  • Autor: Thamirys Andrade

O que começou como uma simples interação no TikTok resultou no emocionante reencontro de duas irmãs gêmeas que desconheciam a existência uma da outra. Esta história surpreendente envolveu Elene Deisadze e Anna Panchulidze, que, ao notar sua semelhança física, iniciaram uma amizade virtual e, posteriormente, descobriram seu vínculo de sangue.

 Em 2022, Elene, estudante de psicologia, encontrou um vídeo no TikTok de uma garota que se parecia muito com ela. Curiosa, ela entrou em contato com a internauta, e as duas começaram a conversar, impressionadas com a suposta coincidência. Desde então, tornaram-se amigas.

 A verdade veio à tona quando Elene e Anna completaram 18 anos e, ao conversar com suas respectivas famílias, descobriram que eram adotadas. A partir daí, a semelhança física não podia mais ser ignorada. Decidiram então realizar um teste de DNA, que confirmou que eram irmãs. Em busca de mais informações sobre seu passado, descobriram que haviam sido sequestradas quando bebês.

 A revelação aconteceu com o auxílio da jornalista Tamuna Museridze, que investigou o caso. Segundo Tamuna, Elene e Anna nasceram na Geórgia, durante um período em que um esquema de tráfico de crianças operava fortemente na região. A jornalista explicou que, entre 1950 e 2006, pelo menos 120 mil bebês foram roubados de suas famílias e vendidos. Essa rede criminosa contava com a colaboração de agências de adoção e maternidades.

 "Eles diziam às mães que seus bebês haviam morrido após o nascimento e estavam enterrados no cemitério do hospital", relatou Tamuna. Ela acrescentou que muitos pais adotivos não sabiam que estavam envolvidos em um ato ilegal, pois acreditavam nas histórias inventadas sobre os bebês. No entanto, outros pais tinham consciência de que se tratava de crianças roubadas e as compravam deliberadamente.

 No caso de Elene, sua mãe adotiva, Lia Korkotadze, não podia ter filhos e, frustrada com a burocracia dos orfanatos, soube por um conhecido que poderia adotar um bebê de seis meses em um hospital, mediante pagamento de uma taxa. Lia conta que não suspeitava da ilegalidade do processo.

 Atualmente, tanto Anna quanto Elene estão tentando se adaptar à nova realidade. "Tive uma infância feliz, mas agora todo o meu passado parece uma ilusão", desabafa Anna, que também expressa gratidão aos seus pais adotivos e felicidade por ter encontrado sua irmã.

 Esta história é um poderoso lembrete dos efeitos duradouros e devastadores do tráfico de crianças. Apesar dos traumas do passado, o reencontro das irmãs demonstra a força dos laços familiares e a resiliência humana diante de adversidades inimagináveis.



Fonte: Pleno News