Notícias

Policiais Civis Realizam Protesto no IML em Meio a Paralisação

Serviço de atendimento ao público funciona parcialmente nas delegacias
  • Categoria: Pernambuco
  • Publicação: 11/07/2024 15:12
  • Autor: Thalis Araújo
Os policiais civis de Pernambuco iniciaram, a partir das 7h desta quinta-feira (11), uma paralisação de advertência, a segunda em pouco mais de uma semana, conforme decretado pelo Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE). A decisão veio após uma reunião no Palácio do Campo das Princesas, no Recife, na quarta-feira (10), onde não houve resolução para o impasse com o Governo Estadual.

Os agentes realizaram um ato em frente ao Instituto de Medicina Legal (IML) de Santo Amaro, no centro do Recife, exibindo faixas e reivindicando melhores condições de trabalho.

A reportagem esteve na Delegacia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, para verificar o funcionamento. O serviço de atendimento ao público permanece ativo 24 horas, porém, não está registrando boletins de ocorrência devido a uma falha no sistema ocorrida na madrugada da última quarta-feira.

O IML, em Santo Amaro, opera em modo padrão, o que significa que os serviços estão sendo prestados de forma mais lenta. Estão sendo emitidos laudos, liberados corpos e realizados exames, com prioridade para casos de violência doméstica, conforme informou Áureo Cisneiros, presidente do Sinpol-PE.

Cisneiros destacou que a categoria está pressionando o governo estadual por melhorias há algum tempo. "Ontem, nenhum secretário de primeiro escalão nos atendeu. Não dá para aceitar esse desrespeito. Queremos superar as péssimas estruturas da Polícia Civil. A governadora anunciou investimento de R$ 1 bilhão, mas, até agora, nada foi feito", disse ele.

Possíveis Novas Paralisações

Caso as demandas não sejam atendidas, uma nova paralisação de 48 horas está prevista para a próxima semana, nos dias 17 e 18 de julho.

Cisneiros também apontou a sobrecarga dos policiais civis, enfatizando que as delegacias estão priorizando flagrantes e casos de violência contra a mulher, sem condições para investigações, diligências ou registros de boletins de ocorrência. "Até agora, o Governo tem feito 'ouvido de mercador'. Não é só sobre o reajuste salarial. É a falta de estrutura de trabalho e de efetivo. A categoria está sobrecarregada e adoecendo. Estamos com déficit de mais de 100 mil vagas na PCPE", acrescentou.

Reivindicações dos Policiais Civis

As principais demandas da categoria incluem:

- Valorização salarial real
- Reestruturação e padronização das delegacias e institutos
- Modernização funcional para reduzir burocracia e aumentar a eficácia nas investigações
- Reconhecimento da base da Polícia, que desempenha várias funções com poucos recursos
- Priorização da qualidade das investigações em vez da mera burocracia
- Reforço do efetivo e política de concursos frequentes
- Canal de diálogo direto com a representação sindical
- Combate ao uso político da corregedoria
- Política de incentivos fiscais para profissionais de segurança
- Novo enquadramento no Plano de Cargos
- Reaparelhamento dos equipamentos, armas, viaturas, coletes e outros materiais essenciais para o serviço investigativo

A paralisação e as manifestações buscam pressionar o governo para atender a essas reivindicações, proporcionando melhores condições de trabalho e estrutura para a Polícia Civil de Pernambuco.

Fonte: Folha de Pernambuco