O cenário diplomático brasileiro está em crise, exacerbado pela recente visita do presidente argentino Javier Milei ao Brasil. Em sua primeira visita oficial, Milei optou por ignorar o governo federal e priorizar encontros políticos com o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua base aliada, intensificando a tensão entre os países.

Desembarcando em Balneário Camboriú, Santa Catarina, Milei participou do CPAC Brasil, uma conferência conservadora de origem norte-americana que tem se expandido globalmente. Antes mesmo de sua chegada, Milei havia elevado o tom contra o presidente Lula, reiterando acusações de corrupção, comunismo e criminalidade. Estas declarações provocaram forte insatisfação no Palácio do Planalto, com Lula exigindo uma retratação formal do líder argentino.

A ausência de Milei na cúpula do Mercosul, realizada em Assunção, Paraguai, foi destacada em uma reportagem especial da revista Veja publicada nesta sexta-feira (12). A revista aponta que a ausência do presidente argentino "feriu um já debilitado Mercosul". Em vez de Milei, a Argentina foi representada pela ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, que tem desempenhado um papel fundamental em meio à turbulência diplomática com o Brasil.

A Veja ressalta que, mais de 30 anos após sua fundação, o Mercosul, que deveria funcionar como um mercado comum, enfrenta crescentes divergências internas. Essas tensões são complicadas pela recente adesão da Bolívia ao bloco, com quem Milei também entrou em conflito ao acusar o presidente boliviano, Luis Arce, de orquestrar um "falso golpe" para aumentar sua popularidade em meio a uma crise econômica.

A escalada de tensões com Milei representa um desafio significativo para a diplomacia brasileira e para a estabilidade do Mercosul, com possíveis repercussões econômicas e políticas para toda a região.

Fonte: Conexão Política