Rodrigo Carvalheira Enfrenta Primeira Audiência de Instrução em Caso de Estupro
Empresário acusado de crimes sexuais contra mulheres participa de audiência inicial, estando preso desde junho.
- Categoria: Pernambuco
- Publicação: 16/07/2024 09:38
- Autor: Wilson Maranhão, Mareu Araújo
Nesta segunda-feira (15), o empresário Rodrigo Carvalheira, acusado de crimes sexuais, compareceu à sua primeira audiência de instrução e julgamento no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, localizado na Ilha Joana Bezerra, no Recife. A sessão faz parte de um dos três processos contra ele e durou cerca de cinco horas.
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) relatou que a vítima e todas as testemunhas da acusação foram ouvidas. Devido ao avançar da hora, a audiência foi interrompida às 14h30 e será retomada posteriormente para ouvir as testemunhas de defesa e o interrogatório do réu.
Este processo específico refere-se a um caso de estupro ocorrido em 2019. Participaram da audiência o Ministério Público, advogados da acusação e da defesa. Ao ser questionado pela imprensa na chegada ao fórum, Carvalheira afirmou: “Os humilhados serão exaltados”.
O advogado Wilibrando Albuquerque, que defende o empresário junto com Thiago Guimarães e Dyego Lima, informou que a nova audiência está prevista para o final de agosto. Albuquerque criticou a coerência das testemunhas de acusação, destacando que elas utilizavam termos técnicos e não conseguiam fornecer detalhes concretos dos eventos.
Protesto Fora do Fórum
Enquanto a audiência acontecia, manifestantes se reuniram do lado de fora do fórum. A mãe de uma das denunciantes, cujo caso prescreveu, participou do protesto pedindo justiça. “Milhares de mulheres são estupradas todos os dias em nosso país e a impunidade continua presente”, declarou.
Familiares de outra vítima também estavam presentes, trajando camisas com a frase “Amigo não abusa”. Eles relataram mudanças significativas no comportamento da vítima após o abuso, descrevendo-a como mais introspectiva e retraída.
Entidades Feministas
Lara Buitron, do Fórum de Mulheres de Pernambuco, criticou a defesa por tentar descredibilizar as vítimas com argumentos depreciativos. Barthira Caldas, do Grupo Mulheres do Brasil Recife, reforçou a importância de apoiar as vítimas e lutar contra a violência de gênero, destacando os impactos negativos para famílias e gerações futuras.
O Caso
Rodrigo Carvalheira foi preso em junho e está detido no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima. Ele foi preso inicialmente em abril, mas liberado após menos de uma semana. A segunda prisão ocorreu após o Ministério Público (MPPE) alegar que Carvalheira teria interferido nas investigações, contatando o tio de uma suposta vítima.
Inquéritos
A Polícia Civil de Pernambuco detalhou cinco inquéritos contra Carvalheira, resultando em três indiciamentos por estupro de vulnerável. Dois casos prescreveram. A polícia encontrou um padrão de comportamento onde Carvalheira se aproveitava da confiança das vítimas, que estavam sob efeito de álcool ou sonolência, para cometer os crimes. Duas das cinco vítimas eram adolescentes na época dos abusos.
A delegada Jéssica Ramos, responsável pela investigação, destacou que o método de Carvalheira diferia de outros casos de estupro, envolvendo sempre uma relação de confiança e amizade prévia. Muitas vítimas demoraram anos para perceber e denunciar os crimes, mas os relatos confirmam um padrão consistente de abuso.
Conclusão
O caso de Rodrigo Carvalheira, que envolve acusações graves de crimes sexuais, continua a se desenrolar com grande atenção pública e judicial. As audiências futuras prometem trazer mais detalhes e esclarecimentos sobre as acusações contra o empresário.
Fonte: Diário de Pernambuco