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Advogada Revela Recebimento de Relatórios de Ramagem para Inocentar Flávio Bolsonaro

Juliana Bierrenbach afirma ter recebido documentos por WhatsApp de ex-sócia, Luciana Pires, durante defesa no caso das rachadinhas da Alerj
  • Categoria: Política
  • Publicação: 16/07/2024 13:15
  • Autor: Guilherme Amado, João Pedroso de Campos

Em entrevista exclusiva à coluna nesta terça-feira (16/7), a advogada Juliana Bierrenbach revelou que recebeu três relatórios por meio do WhatsApp de sua ex-sócia, Luciana Pires, contendo orientações sobre como buscar provas para anular a investigação contra o senador Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas da Alerj.

Juliana, que defendeu o senador no processo, afirmou que os relatórios foram enviados por Luciana Pires, mas ressaltou não saber a origem exata dos documentos. "Ela me encaminhou por WhatsApp. Eu não sei dizer se foram escritos por ela, por Ramagem, pela Abin, pelo Flávio. Foi enviado por ela. O fato de ela dizer que foi Ramagem é uma informação dela", esclareceu a advogada.

Os relatórios em questão foram discutidos em uma reunião no Palácio do Planalto em agosto de 2020, na qual estavam presentes Juliana, Luciana Pires, Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem (à época diretor da Abin) e o ex-ministro Augusto Heleno. Na ocasião, foram abordados métodos para uma contrainvestigação visando anular o caso do senador baseado em supostas irregularidades na atuação da Receita Federal.

Anteriormente, a coluna já havia revelado a existência de dois relatórios da Abin que detalhavam a operação de uma suposta organização criminosa dentro da Receita Federal, responsável por acessos ilegais aos dados fiscais de Flávio Bolsonaro.

Juliana Bierrenbach criticou os relatórios recebidos, descrevendo-os como "tolos, muito tolos". Ela argumentou que já havia se encontrado com o chefe da Receita Federal na época, José Barroso Tostes Neto, antes de ter acesso aos documentos. A advogada afirmou que não considerou os relatórios úteis para sua defesa, enfatizando que não os interpretou como sendo da Abin.

"Quando eu tive acesso a esses relatórios, eu já tinha me reunido com a Receita. Não foram uma ideia da Abin ou de alguém. Foi algo que eu soube depois que tudo já tinha ocorrido", explicou Juliana.

Ela concluiu dizendo: "Recebi três desses relatórios, que me pareceram, com todo respeito, tolos, muito tolos. O fato de me darem um codinome como 'Juliete' mostra o quão equivocada foi essa decisão. Não consegui levar aqueles documentos a sério."

Juliana Bierrenbach enfatizou que nunca interpretou os documentos como sendo oficiais da Abin e que sua estratégia de defesa não se baseou neles durante o processo.

Fonte: Metrópoles