Pernambuco confirmou 59 novos casos de febre do oropouche em apenas sete dias, totalizando agora 72 casos da doença no estado, de acordo com informações da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) obtidas pelo JC. O vírus oropouche foi identificado em pacientes de 13 municípios pernambucanos, incluindo Jaqueira, Pombos e Palmares.

O Ministério da Saúde emitiu um alerta na semana passada sobre a possibilidade de transmissão vertical do vírus, que ocorre quando a doença é passada da mãe para o bebê durante a gestação. Esta preocupação surgiu após pesquisadores do Instituto Evandro Chagas (IEC) detectarem anticorpos contra o vírus em quatro bebês nascidos com microcefalia e material genético do vírus em um feto natimorto de 30 semanas.

A mãe do feto natimorto, uma mulher de 28 anos de Rio Formoso, apresentou sintomas da febre do oropouche e teve contato com casos confirmados da doença. Embora o vírus tenha sido encontrado no tecido da placenta, ainda não é possível confirmar se a perda gestacional foi causada pelo oropouche, conforme destacou Eduardo Bezerra, diretor-geral de Vigilância Ambiental de Pernambuco.

Sintomas e Vetores

A febre do oropouche apresenta sintomas semelhantes aos da dengue e chikungunya, como dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia. O vírus é transmitido por mosquitos diferentes do Aedes aegypti, sendo o maruim (culicoide) e a muriçoca (culicídeo) os principais vetores.

Esses mosquitos proliferam em ambientes como mangues, áreas alagadas, várzeas, e locais com água acumulada e material orgânico em decomposição. A SES-PE ressalta que esses habitats complicam o controle vetorial, já que métodos químicos tradicionais, como fumacê e larvicidas, não são eficazes contra esses mosquitos.

Medidas de Prevenção

Para evitar a exposição às picadas desses vetores, a SES-PE recomenda o uso de roupas que cubram a pele, especialmente ao amanhecer e anoitecer, horários de maior atividade dos mosquitos. O uso de repelentes e a eliminação de lixo acumulado também são medidas importantes para prevenir a doença.

O aumento nos casos de febre do oropouche e a potencial transmissão vertical representam novos desafios para a saúde pública em Pernambuco, exigindo maior vigilância e medidas preventivas da população e das autoridades de saúde.

Fonte: JC Online