Três pastores eritreus, Haile Nayzgi, Kiflu Gebremeskel e Meron Gebreselásie, completaram recentemente duas décadas atrás das grades, acusados sem formalidades legais, conforme relata a Global Christian Relief, organização dedicada ao apoio de cristãos perseguidos globalmente.

Os líderes religiosos fazem parte de um grupo maior de centenas de cristãos detidos injustamente na Eritreia, um país com apenas 5,6 milhões de habitantes, onde apenas as igrejas Ortodoxa Eritreia, Católica Romana e Luterana são permitidas. Qualquer outro tipo de prática religiosa fora dessas denominações enfrenta severa repressão estatal, incluindo o risco iminente de prisão.

Condições desumanas aguardam os prisioneiros de consciência nas prisões eritreias, conforme relatado pela Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF). Muitos são mantidos em contêineres na selva, sujeitos a extremos de calor durante o dia e frio intenso à noite, além de relatos de tortura e abuso sexual.

O comissário da USCIRF, Frank Wolf, expressou indignação diante da situação: "É inconcebível que esses pastores permaneçam presos nessas condições horríveis. A segurança e o bem-estar dos prisioneiros de consciência religiosa devem ser uma prioridade para a comunidade internacional".

Todd Nettleton, missionário e apresentador da rádio Voz dos Mártires nos EUA, conheceu pessoalmente dois dos pastores detidos: Kiflu Gebremeskel e Haile Nayzgi. Ele refletiu sobre o impacto devastador que a prisão teve sobre suas famílias ao longo dos anos, mencionando os momentos significativos perdidos e o sacrifício contínuo por sua fé.

Apesar da perseguição implacável, os cristãos eritreus permanecem firmes em sua devoção. Um pastor local não identificado compartilhou: "Nada nos vem sem a vontade de Deus. Através da perseguição, a igreja continua a crescer".

A Eritreia tem sido consistentemente identificada pela USCIRF como um país de particular preocupação devido às violações graves e persistentes da liberdade religiosa, comparável, em alguns aspectos, à situação na Coreia do Norte.

A situação dos prisioneiros de fé na Eritreia continua a exigir atenção internacional e solidariedade global, à medida que organizações e defensores dos direitos humanos buscam justiça e liberdade para aqueles que enfrentam perseguição por suas convicções religiosas.

Fonte: Guia-me