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Descoberta Milenar: Tecido de 3.800 Anos é Identificado com Corante Bíblico

Pesquisadores israelenses confirmam que tecido encontrado no deserto da Judeia foi tingido com inseto mencionado na Bíblia, revelando antigas práticas e redes comerciais.
  • Categoria: Gospel
  • Publicação: 22/07/2024 09:49
  • Autor: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE THE TIMES OF ISRAEL

Pesquisadores israelenses anunciaram uma descoberta impressionante: um tecido vermelho-escarlate de 3.800 anos, encontrado em 2016 no deserto da Judeia, foi tingido com um inseto mencionado na Bíblia. Este achado foi detalhado em um artigo publicado recentemente no Journal of Archaeological Science, fruto de um esforço conjunto entre a Universidade Hebraica, a Universidade Bar-Ilan e a Autoridade de Antiguidades de Israel.

Detalhes da Descoberta

O pequeno pedaço de tecido, com menos de 2 centímetros de diâmetro, foi encontrado na "Caverna das Caveiras" no Riacho Tze'elim, perto de Massada. A descoberta ocorreu durante uma escavação em 2016, destinada a proteger achados patrimoniais do roubo de antiguidades. O tecido chamou a atenção dos arqueólogos devido à sua vibrante cor vermelho-escura.

Os cientistas dataram o tecido por carbono, identificando-o como pertencente à Idade do Bronze Médio (séculos XX a XVIII a.C.). Utilizando cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), eles determinaram que o corante proveniente do inseto cochonilha “Kermes vermilio”. Este percevejo, de cor carmesim, é encontrado em toda a região do Mediterrâneo, mas não em Israel, e é provavelmente o mesmo “verme escarlate” (tola'at hashani) mencionado 25 vezes na Bíblia, frequentemente ao lado de azul (techelet) e roxo (argaman), as cores mais preciosas da época.

Importância Bíblica e Histórica

Na Bíblia, o “verme escarlate” era usado pelos israelitas para tingir os tecidos do Tabernáculo e as vestes sacerdotais. Na'ama Sukenik, da Autoridade de Antiguidades de Israel, explicou que o corante era produzido a partir da cochonilha fêmea, que vive no carvalho-quermes (Quercus coccifera). A coleta dos quermes ocorria em um curto período do ano, no verão, quando a fêmea depositava seus ovos, mas antes que eles eclodissem, para obter a maior quantidade de corante.

Embora haja muitas referências a corantes de cochonilhas em fontes antigas, poucos tecidos tingidos com esses insetos foram encontrados datando de antes do período romano. Este pequeno tecido é a evidência mais antiga da técnica já descoberta, preenchendo a lacuna entre as fontes escritas e as descobertas arqueológicas.

Sukenik destacou que Israel abriga uma cochonilha diferente, que vive em carvalhos palestinos (Quercus calliprinos) e pode produzir uma cor vermelho-alaranjada. A presença da espécie específica de cochonilha usada neste tecido, que não é encontrada em Israel, sugere a existência de amplas redes comerciais internacionais já em funcionamento na época, indicando a presença de uma sociedade de elite.

Esta descoberta não apenas revela detalhes sobre as práticas antigas de tingimento de tecidos, mas também sobre a complexidade das redes comerciais e a sofisticação das sociedades da Idade do Bronze na região.

Fonte: Guia-me