Durante um sermão em comemoração aos 90 anos da Assembleia de Deus em Tucuruí, o pastor Washington Almeida fez uma declaração polêmica ao associar o autismo à influência demoníaca. A pregação, ocorrida no dia 12 de julho, rapidamente ganhou repercussão negativa nas redes sociais.

Declaração Controversa

Em um trecho da pregação que viralizou, Almeida afirmou que cerca de 30% das crianças seriam autistas devido a influências malignas. “De cada 100 crianças que nascem, nós temos um percentual gigantesco de pessoas e ventres manipulados, visitados pela escuridão. As crianças hoje, de cada 100, nós temos aí quase 30% de autistas em vários graus”, disse o pastor.

Ele continuou sustentando a tese de que o autismo seria resultado de uma condição espiritual, contradizendo a ciência, que define o Transtorno do Espectro Autista (TEA) como uma condição de saúde ligada ao neurodesenvolvimento. “O diabo está visitando o ventre das desprotegidas, daqueles que não têm a graça, a habilidade, a instrumentalidade para saber lidar no mundo espiritual. E ele só procura os vulneráveis, os desassistidos”, completou Almeida.

Repercussão e Pedido de Desculpas

Diante da repercussão negativa, o pastor Washington Almeida gravou um vídeo se retratando e pedindo desculpas à sociedade, especialmente aos autistas e seus familiares. “Fui muito infeliz quando fiz uma colocação. E esse não é o meu caráter, não é o meu perfil. Jamais, jamais, no meu coração, passa coisa dessa natureza. Mas, naquele calor da mensagem, terminei dizendo algo que não podia dizer, não devia falar”, declarou ele.

Almeida concluiu seu pedido de desculpas reconhecendo o erro e expressando arrependimento: “Eu quero aqui me retratar com todos vocês, diante de todos, pedir perdão por aquela infeliz colocação, enquanto eu ministrava. Então, eu quero pedir perdão aos autistas, aos pais de crianças autistas”.

Reflexões e Impacto

A fala do pastor Washington Almeida gerou uma onda de indignação e debates sobre a responsabilidade de líderes religiosos ao abordarem temas delicados como o autismo. Sua retratação, embora necessária, destaca a importância de uma abordagem mais informada e sensível por parte de figuras de influência, especialmente em questões relacionadas à saúde e ao bem-estar das pessoas.

Fonte: Gospel Prime