Participação Eleitoral Recorde e Seu Impacto na Perseguição de Cristãos no Irã
Com uma participação histórica de apenas 43% nas urnas, a recente eleição presidencial do Irã levanta questionamentos sobre o futuro das minorias religiosas e dos direitos humanos sob a liderança de Masoud Pezeshkian.
- Categoria: Gospel
- Publicação: 24/07/2024 09:05
- Autor: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA PORTAS ABERTAS
No início de julho, o Irã elegeu Masoud Pezeshkian como novo presidente, em um processo marcado pela baixa participação eleitoral e por boicotes generalizados. Apenas 43% dos eleitores compareceram às urnas, refletindo a desilusão da população com o sistema político vigente.
Novas Esperanças e Antigas Realidades
Pezeshkian, conhecido por sua postura moderada e reformista, gera esperança entre aqueles que esperam melhorias nos direitos das mulheres e das minorias religiosas. Ele já criticou abertamente as ações da Inteligência Iraniana, classificando-as como "imorais", e reconheceu a importância das diversas comunidades religiosas, incluindo os cristãos.
Apesar dessa retórica esperançosa, a realidade para os cristãos no Irã continua sombria. Apenas uma semana após a eleição, oito cristãos foram presos, evidenciando a continuidade das perseguições.
O Papel do Líder Supremo
Michael Bosch, analista da organização Portas Abertas, que apoia mais de 350 milhões de cristãos perseguidos globalmente, destaca que o verdadeiro poder no Irã está nas mãos do aiatolá Ali Khamenei e de outros clérigos e líderes muçulmanos. "Sem o apoio desses líderes, o presidente tem pouco poder de ação", afirma Bosch.
Hassan Rouhani, o presidente anterior, também era reformista, mas não conseguiu promover melhorias significativas para os cristãos perseguidos. A expectativa é que Pezeshkian enfrente desafios semelhantes.
Prisões e Punições Severas
Recentemente, uma nova onda de prisões resultou em sentenças severas para cristãos convertidos do islamismo, totalizando 45 anos de prisão. Evangelismo é proibido no Irã, e aqueles que abandonam o islamismo para seguir o cristianismo enfrentam duras penas se praticarem sua fé em igrejas clandestinas.
Entre os presos, Yasin Mousavi recebeu a maior sentença, de 15 anos. "É preocupante que os outros presos continuem anônimos", disse Bosch, enfatizando que muitos enfrentam meses ou anos de prisão, multas ou açoites.
A Igreja Resiste
Apesar das perseguições, a igreja cristã no Irã continua a resistir. Ali e Zahra, um casal convertido do islamismo, enfrentaram grandes adversidades após tornarem pública sua fé cristã. Ali perdeu o emprego e a família foi marginalizada socialmente, mas seu amor por Jesus só cresceu. Eles se juntaram a uma rede de igrejas domésticas secretas e foram presos por isso.
Apoio Internacional
A Portas Abertas lançou a campanha "Ajuda a Cristãos Presos" para apoiar os cristãos encarcerados no Irã e em outros países onde enfrentam perseguição. A campanha busca fornecer alimentos, cuidados pastorais e advocacy, garantindo que esses indivíduos não sejam esquecidos.
Enquanto o Irã continua a ocupar a 9ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2024, a comunidade internacional permanece vigilante, esperando que a liderança de Pezeshkian possa, de alguma forma, trazer um alívio para as minorias religiosas e promover direitos humanos mais amplos no país.
Fonte: Guia-me