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PGR Analisa Avanços em Investigações de Bolsonaro e Suposta Fraude em Carteira de Vacinação

Nova fase da Operação Última Milha, relatório das joias sauditas e inquérito da vacina colocam Procuradoria em alerta
  • Categoria: Política
  • Publicação: 24/07/2024 09:39
  • Autor: Pleno.News

A Procuradoria-Geral da República (PGR) está diante de um cenário complexo com o avanço de várias investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Além dos desdobramentos da quarta fase da Operação Última Milha, que apura a existência de uma 'Abin paralela', a PGR analisa o relatório final sobre o caso das joias sauditas e as diligências complementares da Polícia Federal (PF) acerca da fraude na carteira de vacinação de Bolsonaro.

Na última quinta-feira (18), os investigadores apresentaram ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), respostas aos questionamentos feitos em abril pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. Este havia solicitado informações adicionais antes de decidir sobre uma possível denúncia criminal.

O inquérito referente à carteira de vacinação levou ao primeiro indiciamento de Bolsonaro, com a PF imputando a ele associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação. Moraes encaminhou o documento da PF à Procuradoria, e Gonet tem 15 dias para se manifestar sobre as diligências adicionais.

Descobertas da PF e Implicações

O relatório da PF inclui informações obtidas em cooperação internacional com os Estados Unidos, perícias em dispositivos apreendidos e detalhes sobre a mais recente fase da Operação Venire. Entre as revelações, está a descoberta de uma estrutura na prefeitura de Duque de Caxias destinada à inserção de dados falsos de vacinação em benefício de diversas pessoas.

As investigações apontam que um celular apreendido com uma servidora municipal continha mensagens reveladoras trocadas entre o ex-secretário João Carlos Brecha, duas servidoras e a secretária municipal de Saúde, Célia Serrano. Uma das mensagens destacadas é de uma funcionária perguntando sobre o lote de vacinas a ser inserido no sistema, ao que Célia respondeu: "Qualquer lote tá bom".

Além disso, foram identificados casos de supostas vacinas aplicadas em três pessoas duas vezes no mesmo dia, em diferentes estabelecimentos de saúde. A PF pede um inquérito separado para continuar investigando os supostos crimes envolvendo a administração municipal.

Cooperação com os EUA

A PF também aguardava informações sobre um pedido de cooperação jurídica aos Estados Unidos, buscando esclarecimentos sobre a possível entrada ilegal de Bolsonaro e aliados com o uso de certificados falsos de vacinação. O Departamento de Justiça dos EUA informou que a alfândega não possui registros específicos sobre a apresentação de comprovantes de vacinação pelos investigados, mas destacou que tais comprovantes eram exigidos pelos operadores das aeronaves antes do embarque.

Posicionamento da Prefeitura de Duque de Caxias

Em resposta às investigações, a Prefeitura de Duque de Caxias afirmou não ter recebido comunicação oficial sobre as informações divulgadas pela Polícia Federal, que permanecem sob sigilo. A prefeitura se comprometeu a colaborar plenamente com as autoridades e a realizar as devidas apurações de responsabilidade funcional uma vez que seja oficialmente notificada.

Estas investigações somam-se ao já extenso rol de questões legais enfrentadas pelo ex-presidente Bolsonaro e seus aliados, aumentando a pressão sobre a PGR para que tome decisões firmes e bem fundamentadas.

Fonte: Pleno News