Brasília – Em resposta às declarações polêmicas do presidente venezuelano Nicolás Maduro sobre o sistema eleitoral brasileiro, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, saiu em defesa das urnas eletrônicas nesta quarta-feira (24/7). Durante entrevista ao blog do jornalista Valdo Cruz, do G1, a ministra afirmou que “as urnas e as eleições brasileiras são auditadas, desde o início do seu processo até o seu final”, ressaltando a confiança da população na Justiça Eleitoral do país.

Defesa do Sistema Eleitoral

Cármen Lúcia aproveitou para reafirmar que nunca foram comprovadas fraudes ou erros no processo eleitoral brasileiro, destacando a inviolabilidade do voto e a proteção contra pressões indevidas sobre os eleitores. “O voto é inviolável, ninguém pode entrar com o celular na cabine de votação e ninguém pode saber em quem você votou. Isso precisa ficar claro para o eleitor”, disse a ministra durante visita ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).

Auditoria de Urnas

Contrariando as alegações de Maduro, o sistema eleitoral brasileiro passa por rigorosas auditorias. Partidos e coligações têm o direito de fiscalizar todas as etapas da votação e apuração dos votos. Além disso, podem contratar empresas privadas para realizar auditorias, desde que sigam os critérios estabelecidos pelo TSE.

Críticas de Maduro

Em um comício realizado em Aragua na terça-feira (23/7), Nicolás Maduro afirmou, sem apresentar evidências, que os resultados das urnas eletrônicas no Brasil não são auditados. Ele comparou o sistema eleitoral venezuelano, que segundo ele, realiza 16 auditorias e verifica 54% das urnas em tempo real, declarando que “temos o melhor sistema eleitoral do mundo”.

Maduro também criticou os processos eleitorais dos Estados Unidos e da Colômbia, afirmando que nesses países os votos não são auditados. O discurso completo foi compartilhado em sua conta oficial no X.

Relação entre Maduro e Lula

As críticas de Maduro ao sistema eleitoral brasileiro ocorreram após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmar que o líder venezuelano deve respeitar o processo democrático e os resultados das eleições na Venezuela, previstas para o próximo domingo (28/7). Lula expressou preocupação com a possibilidade de violência, mencionando que ficou “assustado” com a declaração de Maduro sobre um possível “banho de sangue” em caso de derrota.

Em resposta, Maduro disse que “quem se assustou, que tome um chá de camomila” e defendeu suas declarações como uma reflexão, reafirmando que a paz prevalecerá na Venezuela.

Fonte: Metrópoles