Estudo da NASA Prevê Calor Extremo Tornando Áreas do Brasil Inabitáveis até 2070
Pesquisa alerta sobre risco de calor mortal em regiões tropicais, incluindo o Brasil, devido às mudanças climáticas
- Categoria: Internacional
- Publicação: 25/07/2024 14:34
- Autor: Pleno.News
Um estudo liderado pelo cientista Colin Raymond, publicado na prestigiada revista Science Advances em 2020, tem causado grande repercussão ao prever que áreas do Brasil podem se tornar inabitáveis até 2070 devido ao calor extremo provocado pelas mudanças climáticas. O estudo, que foi posteriormente comentado em um blog da NASA, destaca os riscos globais de ondas de calor com alta umidade, que podem impedir a dissipação do calor corporal humano e levar à morte.
Impactos das Mudanças Climáticas no Brasil
Embora o estudo original não mencione diretamente o Brasil, um blog da NASA em 2022, que incluiu comentários de Colin Raymond, indicou que o país é uma das regiões vulneráveis aos efeitos do calor extremo. Entre 1979 e 2017, a pesquisa mapeou eventos de calor onde a combinação de altas temperaturas e umidade extrema impediu que o suor resfriasse o corpo, criando condições potencialmente fatais.
Alerta de Cientistas Brasileiros
Carlos Nobre, um dos principais climatologistas do Brasil, destacou que tais previsões têm sido feitas desde 2010 e que a pesquisa de 2020 da NASA é fundamental para entender os riscos. Nobre explicou que o estudo indica que não só o Brasil, mas muitas regiões tropicais e até de latitudes médias podem se tornar inabitáveis se as temperaturas aumentarem 4ºC ou mais acima dos níveis pré-industriais.
Projeções Alarmantes
Fernando Cesario, líder científico em Soluções Climáticas Naturais da The Nature Conservancy (TNC), observou que o estudo da NASA antecipa para as próximas décadas um aumento na ocorrência de eventos extremos de calor. Cesario ressaltou que áreas costeiras, regiões urbanizadas como Rio de Janeiro e São Paulo, e áreas próximas a grandes corpos d'água são especialmente vulneráveis.
Críticas às Manchetes Alarmistas
Apesar da gravidade das conclusões, Cesario criticou o tom alarmista de algumas manchetes na imprensa brasileira. Ele explicou que os eventos de calor extremo mapeados pelo estudo são pontuais e de curta duração. No entanto, ele alertou que, com o contínuo aquecimento global, a frequência e a duração desses eventos podem aumentar, representando um risco significativo para a saúde humana.
Consequências Globais
O estudo revelou que o número de eventos de calor extremo triplicou em 40 anos, afetando regiões como Paquistão, Oriente Médio e o litoral do sudoeste da América do Norte. Nobre alertou que, se o aquecimento global não for contido, as temperaturas poderiam aumentar drasticamente até 2100, tornando o planeta quase inabitável, exceto em regiões extremas como o topo de montanhas, a Antártica e o Ártico.
Ações Necessárias
Para mitigar esses riscos, Nobre enfatizou a necessidade de reduzir drasticamente a emissão de gases do efeito estufa e proteger as florestas. Ele destacou que o reflorestamento e a preservação das matas ciliares são essenciais para combater o aquecimento global e proteger a saúde humana.
Conclusão
As previsões de calor extremo trazem um alerta urgente sobre a necessidade de ações globais coordenadas para combater as mudanças climáticas. Com medidas eficazes, ainda é possível evitar os cenários mais catastróficos e proteger as futuras gerações dos efeitos devastadores do aquecimento global.
Fonte: Pleno News