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Tensões Entre Maduro e Lula Despertam Atenção de Opositor Venezuelano

Edmundo González Urrutia critica reações antidemocráticas do governo Maduro diante de críticas, mesmo de antigos aliados
  • Categoria: Internacional
  • Publicação: 25/07/2024 14:39
  • Autor: Thamirys Andrade

As recentes trocas de farpas entre Nicolás Maduro e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamaram a atenção do principal opositor do chavista nas eleições venezuelanas, Edmundo González Urrutia. Nesta quarta-feira (24), Urrutia afirmou que o governo de Maduro tem uma "pele sensível" e reage de forma antidemocrática quando criticado, desconsiderando até mesmo antigas alianças.

"Lula tem sido um aliado do governo por muito tempo, o governo sabe disso, e o tratou como um aliado quase incondicional. Agora, esse é um governo que tem 'a pele' muito sensível e, quando fazem alguma crítica, reage com circunstâncias como estas. Quando diz algo que não gostam, [aí] já não é mais o aliado de sempre. Por isso, tem essas reações que não são próprias de uma sociedade democrática", comentou Urrutia em entrevista à repórter Paula Paiva Paulo, do G1.

Desespero e Nervosismo no Governo Maduro

Para Edmundo González, atitudes recentes de Maduro, como o desconvite a observadores internacionais europeus para as eleições, são sinais de desespero e nervosismo diante da possibilidade real de perder as eleições. "É um sinal de desespero e de nervosismo que há no governo diante da real possibilidade de perderem as eleições", afirmou.

Respostas Agressivas e Intimidadoras

As falas de Urrutia vêm após o presidente brasileiro afirmar ter se assustado com declarações de Maduro que previam um "banho de sangue" e uma "guerra civil" caso perca o pleito do próximo domingo (28). Em resposta a Lula, o venezuelano orientou, sem citar nomes, aqueles que se assustaram a tomar um "chá de camomila".

Expectativa de Transição Pacífica

Apesar das falas intimidadoras, Urrutia acredita que, em caso de vitória da oposição, haverá uma transição pacífica. "Confiamos que possa ser feita uma transição com normalidade, sem violência, como costuma acontecer em situações como esta em qualquer sociedade democrática", manifestou sua expectativa.

Desafios Econômicos e Repatriação de Refugiados

O candidato à Presidência destacou que a economia da Venezuela está "no chão" e ressaltou a urgência de recuperar o poder aquisitivo da moeda nacional, o bolívar. Ele reconhece que há muito trabalho a ser feito. Urrutia também abordou a situação dos refugiados venezuelanos que estão em outros países, inclusive no Brasil. "Nós vamos oferecer um governo que vai facilitar o retorno de todos aqueles venezuelanos que desejam se reencontrar com o país, para que o país possa se beneficiar das experiências que adquiriram no exterior e que possamos aproveitar essas experiências no processo de recuperação econômica", afirmou.

Disputa Territorial com a Guiana

Assim como Maduro, Urrutia visa anexar o território de Essequibo, na Guiana, mas defende que isso seja feito por vias pacíficas, através do Acordo de Genebra de 1966. Ele considera a questão uma "reivindicação histórica" e diz ter traçado um plano para alcançá-la.

Fonte: Pleno News