Notícias

Governo de Pernambuco Promove Oficiais Acusados de Chacina em Camaragibe

Tenentes-coronéis Fábio Roberto Rufino da Silva e Marcos Túlio Gonçalves Martins Pacheco, envolvidos em assassinatos após mortes de PMs, são promovidos a coronéis
  • Categoria: Pernambuco
  • Publicação: 25/07/2024 14:57
  • Autor: Raphael Guerra

O governo de Pernambuco anunciou a promoção de dois tenentes-coronéis, Fábio Roberto Rufino da Silva e Marcos Túlio Gonçalves Martins Pacheco, acusados de comandar uma série de assassinatos em Camaragibe, após a morte de dois policiais militares em setembro do ano passado. As promoções foram publicadas no Diário Oficial do Estado nesta quinta-feira (25).

Contexto dos Crimes

Fábio Roberto era comandante do 20º Batalhão da PM, responsável pelo policiamento ostensivo em Camaragibe, enquanto Marcos Túlio ocupava o segundo posto de comando da inteligência da PM. Ambos são réus por triplo homicídio duplamente qualificado, acusados de motivos torpes e sem chance de defesa para as vítimas. Eles estão afastados das funções públicas por determinação judicial.

Promoções Controversas

As promoções ao posto de coronel foram "requeridas" pelos militares e concedidas retroativamente a 1º de julho. A defesa de Fábio Roberto alegou que a promoção faz parte da rotina da Polícia Militar e não é um prêmio. "Eles pediram passagem para a reserva, por haverem completado o tempo de serviço. E, nesse caso, têm direito à promoção para o posto seguinte", afirmou a defesa em nota.

O Caso da Chacina de Camaragibe

A sequência de assassinatos teve início após os policiais militares Eduardo Roque Barbosa de Santana, de 33 anos, e Rodolfo José da Silva, de 38, serem mortos durante uma operação no bairro de Tabatinga. A operação envolvia a busca pelo vigilante Alex da Silva Barbosa, acusado de usar uma jovem como escudo humano. Alex conseguiu escapar, mas Ana Letícia Carias da Silva, de 19 anos, morreu semanas depois no hospital.

Horas após a morte dos PMs, familiares de Alex foram assassinados. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) descreveu a chacina como uma "operação vingança" realizada por policiais militares. Durante a caçada, três irmãos de Alex, Ágata Ayanne da Silva, Amerson Juliano da Silva e Apuynã Lucas da Silva, foram mortos a tiros. Ágata chegou a transmitir o crime ao vivo pelo Instagram.

Processo Judicial

Doze policiais militares, incluindo Fábio Roberto e Marcos Túlio, foram denunciados pelo MPPE em março deste ano. A Justiça aceitou a denúncia e todos os acusados se tornaram réus. Cinco deles seguem presos preventivamente, enquanto outros sete foram afastados das funções.

Investigações em Andamento

As investigações continuam para esclarecer os detalhes dos assassinatos. Duas investigações em andamento buscam esclarecer a dinâmica que resultou nas mortes dos dois PMs e da mulher grávida, além de identificar os autores dos assassinatos da mãe e da esposa de Alex. Uma reprodução simulada foi realizada no local do crime, mas o resultado ainda não foi divulgado.

Conclusão

As promoções de Fábio Roberto e Marcos Túlio, mesmo afastados de suas funções e réus em um caso de grande repercussão, geraram controvérsia e críticas, destacando a complexidade e a gravidade da situação enfrentada pela segurança pública em Pernambuco.

Fonte: JC Online