Na última quarta-feira (24), a ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, anunciou a proibição do Centro Islâmico de Hamburgo (IZH), acusando a instituição de propagar extremismo e subverter os valores do Estado alemão. Simultaneamente, a polícia realizou uma operação de busca na Mesquita Imam Ali, conhecida como Mesquita Azul, que é administrada pelo IZH.

Contexto da Decisão

Faeser enfatizou que a ação não é contra a religião islâmica, mas especificamente contra um grupo que estaria minando os direitos das mulheres e o Estado alemão. "É muito importante para mim fazer uma distinção clara aqui: não estamos agindo contra uma religião, mas apenas contra um grupo acusado de minar o Estado alemão e os direitos das mulheres”, declarou ao portal Deutsche Welle (DW).

Reação Internacional

Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores do Irã convocou o embaixador alemão, classificando a proibição como um ato de islamofobia e uma violação da liberdade de expressão. No X, a plataforma anteriormente conhecida como Twitter, o ministério iraniano expressou sua indignação, criticando a medida como discriminatória.

Investigações e Acusações

De acordo com os serviços de inteligência doméstica da Alemanha, o IZH é visto como uma extensão do regime iraniano no país, com influência sobre várias mesquitas e associações. Faeser mencionou que o centro está sendo investigado por disseminar antissemitismo agressivo e por suas conexões com o Hezbollah, organização que foi proibida na Alemanha em 2020.

Um comunicado do Ministério do Interior revelou que o IZH e suas organizações afiliadas foram banidos por serem uma organização islâmica extremista com objetivos anticonstitucionais. A instituição é acusada de propagar ideias revolucionárias iranianas de forma agressiva e militante.

Operações Policiais

A operação de busca incluiu 53 propriedades e resultou no fechamento de quatro mesquitas. O ministério apontou que o IZH estava sob investigação por anos, com instituições afiliadas em diversos estados alemães também sendo alvo das ações.

Histórico de Preocupações

Em 2023, o Ministério do Interior alemão já havia indicado que o IZH era suspeito de agir contra a ordem constitucional e de apoiar o Hezbollah. A decisão atual de banir o centro é vista como um passo firme na luta contra o extremismo no país, destacando a contínua vigilância das autoridades sobre organizações suspeitas de atividades anticonstitucionais.

Fonte: Guia-me