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Juros do Cartão de Crédito Registram Alta no Brasil, Diz Banco Central

Aumento significativo na taxa anual do crédito rotativo e leve queda no parcelado marcam o cenário atual do crédito no país.
  • Categoria: Política
  • Publicação: 26/07/2024 14:32
  • Autor: Marcos Rocha

Nesta sexta-feira (26), o Banco Central do Brasil revelou um aumento substancial na taxa anual dos juros cobrados pelos bancos no crédito rotativo do cartão de crédito. De maio para junho, a taxa subiu de 422,4% para 429,5% ao ano, um acréscimo de 7,1 pontos percentuais. Em contraste, a taxa do crédito parcelado apresentou uma leve redução, passando de 185,9% para 180,5% ao ano no mesmo período.

Taxa Média e Novas Regras

A taxa total do cartão de crédito, que abrange tanto o crédito rotativo quanto o parcelado, subiu de 84,6% para 85,0% ao ano. Essa elevação reflete a combinação das taxas dos dois tipos de crédito, embora o impacto individual de cada segmento varie.

O Congresso Nacional estabeleceu um teto para os juros do crédito rotativo e parcelado, fixando que esses não devem exceder 100% do valor da dívida, caso os bancos e o Conselho Monetário Nacional (CMN) não cheguem a um acordo. Com a falta de consenso entre as partes, a nova legislação sobre o teto dos juros entrará em vigor em 3 de janeiro de 2024. Vale destacar que, apesar das taxas elevadas indicadas, a realidade prática pode ser diferente, uma vez que a alta taxa anual refletida nos dados é uma projeção estatística e não necessariamente o valor aplicado diretamente aos consumidores.

Contexto e Perspectivas

Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, esclareceu que a série histórica atual continuará sendo usada como referência para monitorar as variações nas taxas de juros. O Banco Central está também desenvolvendo um novo indicador para acompanhar o cumprimento das exigências da nova lei, que deverá ser mais completo a partir da metade do ano, com mais dados disponíveis para análise.

A taxa média de juros projetada pelo BC é calculada com base na taxa mensal cobrada pelos bancos, projetada para o período anual. No entanto, essa taxa muitas vezes não reflete diretamente o custo real para os consumidores, que costumam utilizar o crédito rotativo por períodos mais curtos, resultando em taxas efetivas menores.

Enquanto o cenário atual pode sugerir uma violação das novas regras, o Banco Central destaca que as variações apresentadas são parte do ajuste estatístico e que um novo monitoramento mais preciso será implementado para garantir a conformidade com a legislação futura.

Fonte: Conexão Política