Rodoviários realizaram um protesto de grande escala no Centro do Recife na manhã desta sexta-feira (26), bloqueando diversas vias como parte de uma ação reivindicatória contra o Governo do Estado. A mobilização inclui o fechamento das ruas do Sol, Aurora e Cruz Cabugá, além da Avenida Guararapes e da Praça da República. O principal ponto de concentração é em frente ao Palácio do Campo das Princesas, no bairro de Santo Antônio, sede da administração estadual.

O Sindicato dos Rodoviários está exigindo uma reunião com representantes do governo para discutir a pauta de reivindicações, que inclui aumentos salariais e melhores condições de trabalho. O presidente do sindicato, Aldo Lima, declarou que a categoria está em uma campanha salarial e que as propostas feitas pela Urbana-PE, empresa que gerencia as concessionárias de ônibus, não são satisfatórias.

Lima criticou a falta de resposta do governo e ressaltou que a paralisação é um meio de forçar uma posição oficial. "Estamos aqui no Palácio do Governo, em frente ao Teatro Santa Isabel. Estamos parando muitas ruas do Centro. É bom lembrar que a gente não quer só reforma na campanha salarial, como também em outros direitos para o trabalhador. Queremos ser recebidos por pessoas do governo, e ninguém quer vir nos ver aqui. Vamos ficar e aguardar", afirmou Lima.

O sindicato destacou que, apesar da possibilidade de uma greve geral se tornar iminente, o Governo de Pernambuco ainda não se pronunciou. A Secretaria Estadual de Saúde, por meio de nota oficial, reforçou que o governo pode evitar uma greve e pediu uma posição da governadora Raquel Lyra sobre a situação.

Até a última atualização, a Urbana-PE não havia respondido ao pedido de posicionamento feito pela reportagem. Em resposta ao protesto, a empresa alegou ter feito propostas que são compatíveis com a realidade financeira do setor, incluindo um aumento de 0,5% acima da inflação e ajustes no vale-alimentação e abono. No entanto, essas propostas foram rejeitadas pelos rodoviários, que pedem um reajuste real de 5% e melhorias no plano de saúde e controle de jornada.

Além da negociação salarial, a greve ameaça ser uma realidade devido a insatisfações adicionais, como o controle das horas trabalhadas via GPS e a ausência de um plano de saúde adequado. O sindicato afirma que, se não houver progresso nas negociações, Recife enfrentará uma paralisação significativa.

Enquanto isso, passageiros enfrentaram dificuldades devido à paralisação dos ônibus. Jaquelino Ramos, aposentado, relatou ter ficado esperando o retorno do transporte por horas após uma consulta médica. Maria de Fátima, também aposentada, criticou a forma como o protesto foi realizado, destacando a falta de aviso prévio e a inconveniência para os usuários do transporte público.

A mobilização dos rodoviários continua até as 13h30, com o sindicato aguardando um contato direto com o governo para discutir suas demandas. A situação segue em desenvolvimento, e a população e autoridades permanecem atentas às negociações para evitar maiores transtornos e uma possível greve geral.

Fonte: Folha de Pernambuco