O Brasil superou a marca de 5 mil mortes por dengue em 2024, registrando um aumento alarmante em relação ao ano anterior, quando 1.179 pessoas perderam a vida devido à doença. Segundo dados do Ministério da Saúde, ainda há 2.137 mortes sob investigação, o que pode elevar ainda mais essa estatística.

Aumento Expressivo de Casos

Entre 2017 e 2023, o país contabilizou 4.331 óbitos por dengue. Em 2024, já foram registrados 6,4 milhões de casos prováveis, com uma letalidade de 0,08%. A maior parte das infecções ocorre entre mulheres (55%), enquanto homens representam 45% dos casos. A faixa etária mais atingida é de jovens entre 20 e 29 anos, seguida pelos grupos de 30 a 39 anos e de 40 a 49 anos.

Por outro lado, as faixas etárias com menor incidência de dengue são as de menores de um ano, pessoas com 80 anos ou mais, e crianças entre um e quatro anos, sugerindo que os jovens adultos estão mais expostos ou menos protegidos.

Concentração de Casos

São Paulo lidera o número de infecções, com mais de 2 milhões de casos prováveis. Minas Gerais (1.696.909), Paraná (644.507) e Santa Catarina (363.850) também apresentam altos índices. Em contraste, Roraima (546), Sergipe (2.480), Acre (4.649) e Rondônia (5.046) registram os menores números de infecções.

O Distrito Federal apresenta o maior coeficiente de incidência da dengue, com 9.749,7 casos para cada 100 mil habitantes, seguido por Minas Gerais (8.266,9/100 mil), Paraná (5.632,2/100 mil) e Santa Catarina (4.781,5/100 mil).

Medidas de Combate e Queda de Casos

Apesar do aumento expressivo no número de casos, o Ministério da Saúde informou que os números estão em queda contínua há 15 semanas, após um pico registrado em março. O órgão destacou que ações intensificadas, incluindo uma reserva de R$ 1,5 bilhão para estados e municípios em situação de emergência, foram cruciais para essa redução. Além disso, a letalidade se manteve quase estável em comparação com 2023, com 0,08% neste ano contra 0,07% no ano passado.

O governo também planeja lançar em breve um plano abrangente para combater a dengue e outras arboviroses, incluindo o abastecimento de inseticidas e testes.

Impacto Econômico e Politização

Estima-se que a dengue tenha causado um prejuízo de aproximadamente US$ 5 bilhões ao Brasil em 2024, o equivalente a R$ 28 bilhões. Esse valor inclui gastos públicos e privados em saúde, como consultas e internações, além de impactos econômicos como a ausência de trabalhadores e campanhas de vacinação.

A oposição ao governo Lula tem utilizado os números alarmantes para críticas nas redes sociais. O ex-presidente Jair Bolsonaro compartilhou gráficos destacando o aumento das mortes e insinuou falhas na gestão atual. Em meio a pressões políticas, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, recebeu apoio do presidente Lula, que reafirmou sua permanência na pasta.

Enquanto o governo busca estratégias para controlar a epidemia, os desafios persistem em meio a críticas políticas e a necessidade urgente de respostas efetivas.

Fonte: Correio Braziliense