Nesta quinta-feira (8), Porto Alegre foi palco de uma grande mobilização do movimento SOS AGRO RS, que reuniu aproximadamente 300 tratores e mais de 5 mil produtores rurais do Rio Grande do Sul. O objetivo do protesto foi pressionar o governo federal por medidas mais robustas e eficazes para socorrer os agricultores da região, que têm enfrentado sérios prejuízos financeiros devido a recentes desastres naturais.

Preocupação do Governo Estadual

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), participou da manifestação e destacou a situação difícil que o agronegócio gaúcho tem enfrentado nos últimos anos. "O agronegócio gaúcho vem de anos muito difíceis, com ciclos de estiagem que já tinham dificultado a produtividade no campo. E neste ano, em que tínhamos a expectativa de uma recuperação, nos deparamos com esta calamidade das enchentes. Precisamos fazer com que entendam lá em Brasília que, ao contrário do que parece, o sul do Brasil ainda não está resolvido", afirmou Leite.

Terceiro Protesto em Sequência

Este foi o terceiro grande protesto organizado pelos produtores rurais do estado, com manifestações anteriores em Cachoeira do Sul e Rio Pardo. A mobilização ocorreu poucos dias após o governo federal publicar, em 31 de julho, uma medida provisória que oferece condições para a renegociação das dívidas dos produtores. Embora a medida preveja descontos baseados no percentual de perdas, com abatimentos escalonados para prejuízos iguais ou superiores a 30% e acima de 60%, os agricultores ainda aguardam a regulamentação de detalhes essenciais dessa proposta.

Ato em Porto Alegre e Outras Cidades

Durante o protesto em Porto Alegre, os tratores foram alinhados ao longo da Orla, enquanto os produtores rurais seguiram para a superintendência do Ministério da Agricultura na capital, onde apresentaram suas reivindicações. Além da manifestação na capital, atos similares ocorreram simultaneamente em 245 cidades do estado.

Críticas à Medida Provisória

Apesar da publicação da Medida Provisória, a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) expressou insatisfação, apontando que a proposta não atende plenamente às necessidades do setor. Uma das principais críticas dos produtores é a ausência de uma prorrogação para o pagamento das parcelas com vencimento ainda este ano, uma demanda urgente do setor agrícola.

Impacto das Enchentes

De acordo com a Defesa Civil, o Rio Grande do Sul viveu em 2024 sua pior crise ambiental, com 182 mortes e mais de 2,39 milhões de pessoas afetadas pelas enchentes. No total, 458 municípios foram impactados pela tragédia. As chuvas intensas que atingiram a região a partir do final de abril provocaram inundações e sobrecarga em rios e bacias, causando deslizamentos de terra, especialmente na Região da Serra.

Fonte: Pleno News