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Ministério da Saúde cria Centro de Operações para monitorar surto de mpox

O Brasil mantém alerta para mpox após declaração de emergência sanitária global da OMS.
  • Categoria: Brasil
  • Publicação: 16/08/2024 13:11
  • Autor: Mayara Souto

O Ministério da Saúde reuniu na última quinta-feira (15) um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) com o objetivo de coordenar e monitorar as ações de resposta ao surto de mpox, após a classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS). a doença como uma emergência sanitária global. Apesar da gravidade do cenário internacional, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, garantiu que o Brasil ainda não enfrenta uma situação alarmante, mas que o momento exige atenção.

Monitoramento e Cenário Nacional

O COE será responsável por uma análise técnica contínua e por organizar as medidas para enfrentar a emergência. A ministra Nísia Trindade destacou que, até o momento, não há registro no Brasil da variante b da Cepa 1, responsável pelo surto mais transmissível e grave em nível global. “Estamos em estado de alerta, não de alarme”, afirmou a ministra.

Existem duas cepas do vírus da mpox: Cepa 1 e Cepa 2, sendo a primeira associada à variante b, que motivou o alerta mundial. No Brasil, todos os casos detectados até agora estão relacionados ao Cepa 2. Desde o início do ano, foram registrados 709 casos de mpox no país, um número consideravelmente menor em comparação aos 10 mil casos notificados durante o pico da doença em 2022.

Perfil dos Infectados e Medidas de Prevenção

De acordo com dados do Ministério da Saúde, a maior parte dos casos no Brasil envolve homens (91%), com idades entre 19 e 39 anos (70%). Entre os infectados, quase metade (42%) vive com HIV, e 34% possuem outras condições imunossupressoras. Todos os 16 óbitos registrados nos últimos dois anos foram de homens, dos quais 15 eram HIV positivos.

Embora o mpox afete majoritariamente esse grupo, qualquer pessoa pode contrair o vírus através do contato físico direto ou com materiais contaminados. Os sintomas incluem dor de cabeça, surto de gânglios linfáticos, calafrios, fraqueza, febre, dores no corpo e lesões problemáticas, especialmente na área genital. Em caso de suspeita, é aconselhável procurar imediatamente uma unidade de saúde e evitar contato com outras pessoas.

Estrutura de Diagnóstico e Vacinação

O Brasil conta com 27 laboratórios estaduais e 3 laboratórios nacionais capazes de diagnosticar a mpox através de exames. Sobre a vacinação, o ministério informou que as doses foram aplicadas desde o ano passado em grupos específicos, como pessoas com HIV, profissionais de laboratório e aqueles que tiveram contato direto com infectados.

A produção da vacina contra a mpox é limitada a um único laboratório na Dinamarca, o que eleva seu custo e dificulta a obtenção em larga escala. Atualmente, o Brasil negocia uma compra emergencial de 25 mil doses, com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). “A vacinação não será uma estratégia em massa para a mpox”, ressaltou Nísia Trindade, destacando a aplicação restrita a grupos vulneráveis.

Informações importantes sobre mpox

  • Quem pode contrair? Qualquer pessoa, mas os casos predominam em jovens entre 19 e 39 anos.
  • Quais são os sintomas? Dor de cabeça, calafrios, fraquezas, febre, dores no corpo e lesões problemáticas, principalmente na região genital.
  • Tratamento: Não há tratamento específico; os cuidados visam aliviar os sintomas e prevenir sequelas.
  • Vacina: Disponível para grupos específicos, incluindo pessoas com HIV e profissionais de saúde, mas sua aplicação é restrita devido à produção limitada e ao alto custo.

Fonte: Correio Braziliense