A crise política na Venezuela ganha novos contornos com a denúncia de Juan Carlos Delpino, diretor do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que apontou graves irregularidades nas eleições presidenciais do país, realizadas em 28 de julho. Em entrevista ao jornal americano The New York Times, Delpino afirmou que não recebeu nenhuma prova convincente de que Nicolás Maduro foi, de fato, o vencedor do pleito.

Delpino expressou publicamente seu remorso, pedindo desculpas à população venezuelana pela falha do CNE em garantir um processo eleitoral transparente e confiável. “Estou envergonhado, e peço perdão para o povo da Venezuela. Porque todo o plano que foi elaborado — realizar uma eleição aceita por todos — não foi alcançado”, declarou.

A revelação de Delpino ocorre em um momento de extrema tensão no país, onde as alegações de fraude eleitoral já haviam sido levantadas por opositores e por parte da comunidade internacional. Sua confissão aprofunda as incertezas sobre a legitimidade do governo de Maduro e a credibilidade das instituições venezuelanas.

Temendo represálias, Delpino encontra-se escondido, uma situação que evidencia o risco enfrentado por aqueles que desafiam o status quo na Venezuela. Mesmo assim, na última segunda-feira (26), ele utilizou a rede social X para reafirmar seu compromisso com o povo venezuelano, escrevendo: “Mantenho meu compromisso inabalável com o povo venezuelano”.

As declarações de Delpino colocam em xeque o resultado das eleições e trazem à tona questionamentos sobre a integridade do processo eleitoral na Venezuela. Com um cenário político cada vez mais polarizado e a credibilidade do CNE abalada, a denúncia pode desencadear novas pressões internas e externas sobre o regime de Maduro.

A situação do país, já marcada por crises econômicas e humanitárias, agora enfrenta mais um desafio: a necessidade de restaurar a confiança em suas instituições democráticas. Para muitos, as palavras de Juan Carlos Delpino são um alerta de que a democracia na Venezuela está sob sério risco, e que medidas urgentes precisam ser tomadas para garantir um futuro mais justo e transparente para o povo venezuelano.

Fonte: Pleno News