Em assembleia realizada na noite desta terça-feira (27), os metroviários de Pernambuco decidiram, por unanimidade, manter o estado de greve até o dia 1º de outubro. A categoria optou por aguardar os próximos passos nas negociações para a assinatura do Acordo Coletivo Especial (ACE) com o Governo Federal e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Caso o acordo não seja firmado até a data estipulada, os trabalhadores prometem paralisar completamente o sistema metroviário na Região Metropolitana do Recife.

Luiz Soares, presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE), enfatizou a gravidade da situação. "Estamos diante de uma situação crítica. Se o Governo e a CBTU não avançarem com a negociação e não assinarem o acordo, será inevitável a paralisação total do sistema a partir de outubro, pela falta de compromisso com a categoria", afirmou.

Os metroviários têm manifestado sua oposição à inclusão da CBTU no Programa Nacional de Desestatização (PND), argumentando que a privatização pode agravar ainda mais a qualidade do serviço e as condições de trabalho. "O que vem ocorrendo é uma onda de terrorismo por parte da direção da CBTU, dizendo que o Metrô do Recife será privatizado em outubro. Na verdade, o que vai ocorrer é um estudo do BNDES que definirá o futuro do sistema, seja a privatização ou não. Caso essa falácia continue, o sindicato tratará o assunto na Justiça", declarou Soares.

Ele também esclareceu que os estudos conduzidos pelo BNDES devem ser concluídos apenas no segundo trimestre de 2025, o que significa que, por enquanto, não há avanços concretos em relação à privatização ou concessão do Metrô do Recife. "O que temos hoje são estudos encaminhados pelo BNDES e, depois desses estudos, é que vamos ver qual modelo será aplicado no metrô", finalizou o presidente do Sindmetro-PE.

A decisão dos metroviários de manter o estado de greve acende um alerta para o impacto que uma paralisação do sistema poderia causar na mobilidade urbana da Região Metropolitana do Recife, colocando ainda mais pressão sobre as negociações entre a categoria, o Governo Federal e a CBTU.

Fonte: JC Online