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Venezuela Desafia EUA: “Não Devemos Explicações” Sobre Reeleição de Maduro

Governo venezuelano responde com firmeza à crítica americana sobre falta de transparência nas eleições de julho.
  • Categoria: Internacional
  • Publicação: 30/08/2024 09:14
  • Autor: Pleno.News

Nesta quinta-feira (29), o governo da Venezuela fez uma declaração contundente em resposta às críticas dos Estados Unidos sobre a recente reeleição do presidente Nicolás Maduro. Segundo o governo venezuelano, não há necessidade de prestar contas a "nenhum órgão estrangeiro, muito menos ao império hostil," em referência direta aos EUA. A reeleição de Maduro, proclamada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) nas eleições presidenciais de 28 de julho, tem sido alvo de intensas controvérsias, tanto internamente quanto no cenário internacional.

As eleições, marcadas por denúncias de falta de transparência, foram imediatamente contestadas pela oposição e rejeitadas por uma ampla parcela da comunidade internacional. O governo americano, por meio do Departamento de Estado, classificou o pleito como inaceitável, destacando que o processo careceu de credibilidade e foi caracterizado por repressão política.

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, utilizou o Telegram para reafirmar a posição do governo, enfatizando que o resultado foi "corroborado" pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), uma instituição amplamente criticada por sua proximidade com o regime de Maduro. Gil foi enfático ao afirmar que o governo venezuelano não deve satisfações a outros países sobre suas questões internas, reforçando a soberania do país.

Por outro lado, Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, não poupou críticas ao governo venezuelano. Em sua declaração, Miller acusou Maduro de reivindicar falsamente a vitória e de utilizar a repressão para se manter no poder. Ele também destacou a resiliência dos milhões de venezuelanos que participaram do processo eleitoral, mesmo diante das adversidades, e que continuam a exigir que Maduro reconheça a verdadeira vontade do povo, representada, segundo ele, pela vitória do líder oposicionista Edmundo González Urrutia.

A posição americana é respaldada por denúncias de que o CNE, controlado por aliados de Maduro, não apresentou as planilhas originais de apuração, procedimento que havia sido seguido nas eleições anteriores de 2013 e 2018. Essa omissão tem sido utilizada como argumento pela oposição e por observadores internacionais para questionar a legitimidade do resultado anunciado.

A situação na Venezuela permanece tensa, com o governo de Maduro enfrentando pressão interna e externa. A rejeição internacional ao processo eleitoral e as acusações de repressão política colocam em xeque a estabilidade do regime, ao mesmo tempo em que reforçam o isolamento diplomático da Venezuela. O desenrolar desse impasse promete impactar significativamente o futuro político do país e suas relações internacionais.

Fonte: Pleno News