Corpo de Jovem Desaparecida é Encontrado em Manaus: Babá Era Mantida em Cativeiro e Forçada a Se Prostituir
Polícia prende patroa suspeita de envolvimento em tortura e morte; investigação aponta para possível tráfico de drogas e exploração sexual.
- Categoria: Brasil
- Publicação: 30/08/2024 09:46
- Autor: Yasmin Rajab
A Polícia Civil do Amazonas localizou o corpo de Geovana Costa Martins, de 20 anos, em uma área de mata no bairro Tarumã, em Manaus. Desaparecida desde o dia 19 de agosto, a jovem foi identificada pela família no último domingo (25), marcando o início de uma investigação que revelou detalhes chocantes sobre seu desaparecimento e morte.
Geovana, que trabalhava como babá, foi morta de forma brutal, com sinais claros de espancamento e tortura. A jovem havia sido contratada para cuidar do filho de Camila Barroso da Silva, de 33 anos, que agora é a principal suspeita de envolvimento no crime. Camila foi presa na noite de quarta-feira (28), enquanto as investigações continuam para identificar outras pessoas envolvidas.
De acordo com a delegada Marília Campello, Geovana foi aliciada e forçada a participar de programas sexuais enquanto vivia na casa de Camila, situada no bairro Petrópolis, zona sul de Manaus. A residência funcionava como uma casa de massagem, onde, além de Geovana, outras mulheres eram exploradas. A jovem, no entanto, estava sob controle rígido de Camila, sendo impedida de se relacionar com pessoas de fora.
A situação de Geovana era ainda mais dramática devido à possibilidade de ela ter sido utilizada como "mula" para o tráfico de drogas. A polícia descobriu que Camila tinha passagem marcada para a Europa e que Geovana havia recentemente tirado um passaporte, indicando que poderia ser levada para fora do país para continuar sendo explorada.
Ao ser detida, Camila tentou desviar as suspeitas, alegando que um ex-namorado de Geovana seria o responsável pelo crime. No entanto, depoimentos e evidências apontam o contrário. O ex-namorado apresentou mensagens da jovem, nas quais ela revelava que Camila a impedia de manter o relacionamento, alegando dívidas que precisariam ser pagas através de trabalho forçado.
O delegado Ricardo Cunha, que lidera a investigação, afirmou que, embora Camila negue o crime, os indícios contra ela são robustos. O veículo usado para abandonar o corpo de Geovana no bairro Tarumã estava em posse de Camila e de um segundo suspeito, Eduardo Gomes da Silva, filho da proprietária da casa onde Camila morava de aluguel. As autoridades agora intensificam as buscas por Eduardo e qualquer outra pessoa envolvida.
Este caso revela uma rede de exploração e crueldade, destacando os perigos enfrentados por jovens vulneráveis. A investigação continua, com a esperança de trazer justiça para Geovana e prevenir que outros sejam vítimas de crimes semelhantes.
Fonte: Correio Braziliense