Nesta segunda-feira (2), o ditador venezuelano Nicolás Maduro manifestou seu apoio à recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender a rede social X, antiga Twitter, em território brasileiro. Para Maduro, a medida foi um exercício de "soberania" do Estado brasileiro, destinada a "proteger a sociedade".

"Eu digo que é muito importante que as decisões das Supremas Cortes de cada um dos países sejam soberanas e respeitadas. No caso do Brasil, o STF tomou a decisão de impor a soberania no espaço brasileiro, a soberania do Estado brasileiro, para proteger a sociedade brasileira. Se foi decidido pelo STF, o que pode fazer a Venezuela? Palavra sagrada", declarou Maduro.

A declaração ocorre em um contexto de repressão semelhante na Venezuela. No último dia 8 de agosto, Maduro ordenou a suspensão do X em todo o país por 10 dias, alegando que a plataforma, sob a direção de Elon Musk, havia "violado todas as leis da Venezuela". Segundo o ditador, a rede social incitou "ódio, fascismo, guerra civil e enfrentamento entre os venezuelanos", justificando assim sua retirada temporária do ar.

Maduro foi enfático ao afirmar que a Venezuela não tolerará infrações às suas leis, independentemente do poder ou influência da plataforma. “Na Venezuela, há lei, e vamos fazer com que ela seja respeitada”, disse ele, justificando a assinatura de uma norma que acatou a recomendação da Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel) para suspender o X.

As críticas de Maduro a Elon Musk não se limitam apenas à suspensão da rede social. Recentemente, o líder venezuelano acusou o magnata de integrar uma "seita satânica" junto com María Corina, uma das principais líderes da oposição no país. A tensão entre os dois chegou ao ponto de Maduro desafiar Musk para uma luta, com o bilionário prontamente aceitando o desafio e sugerindo que, se vencesse, Maduro deveria abandonar o poder.

A decisão do STF no Brasil, vista por Maduro como um exemplo de defesa da soberania nacional, levanta questões sobre a liberdade de expressão e o controle estatal sobre as plataformas digitais. Enquanto Maduro celebra a medida como uma forma de proteção social, críticos apontam para os riscos de censura e abuso de poder tanto no Brasil quanto na Venezuela.

Este alinhamento ideológico entre a Venezuela e setores do Brasil, que sustentam a necessidade de limitar o alcance de redes sociais para "proteger a sociedade", pode indicar um movimento mais amplo na América Latina, onde governos buscam exercer maior controle sobre a circulação de informações nas plataformas digitais. A questão, porém, continua a gerar debate, especialmente quanto ao equilíbrio entre segurança e liberdade de expressão.

Fonte: Pleno News