A disputa pelo comando da Prefeitura do Recife esquentou ainda mais nesta segunda-feira (2), quando as equipes jurídicas dos candidatos João Campos (PSB) e Daniel Coelho (PSD) celebraram vitórias parciais na Justiça Eleitoral, em meio a um intenso embate sobre o déficit habitacional e a situação das pessoas em condição de rua na cidade.

O confronto teve início com a veiculação do primeiro guia eleitoral de Daniel Coelho, no qual o candidato de oposição fez críticas contundentes à gestão do atual prefeito, João Campos, apontando falhas em áreas sensíveis da administração pública. As afirmações de Coelho logo foram contestadas pela campanha de Campos, que levou o caso à Justiça Eleitoral, alegando que as informações apresentadas eram inverídicas e visavam apenas criar uma imagem negativa do prefeito.

A equipe de Daniel Coelho, por sua vez, celebrou uma decisão favorável da juíza da 4ª Zona Eleitoral, que concluiu que a propaganda não ultrapassou os limites da crítica legítima. "A veiculação de opiniões contrárias, mesmo que consubstanciadas em severas críticas às propostas e atos de governo, não configura conduta apta a ser sancionada pelo aparato estatal", afirmou a juíza em sua decisão, conforme divulgado em nota pela campanha de Coelho.

Entretanto, o clima de vitória não ficou restrito ao lado opositor. Poucas horas depois, a campanha de João Campos também comemorou uma decisão judicial que ordenou a suspensão da propaganda de Coelho no rádio. O desembargador eleitoral Rodrigo Cahu Beltrão determinou que o conteúdo fosse retirado do ar, ao julgar que a peça publicitária distorcia os fatos e conectava diretamente informações incorretas à atual gestão, com o intuito de influenciar negativamente os eleitores.

"A Justiça Eleitoral concluiu que a propaganda de Daniel Coelho não apenas distorcia os fatos, mas também criava uma conexão direta entre informações equivocadas e a atual gestão municipal com o objetivo de incutir uma imagem negativa na mente dos eleitores", afirmou a Frente Popular do Recife em comunicado oficial. Apesar dessa vitória, a campanha de Campos perdeu o direito de resposta no guia de Coelho, marcando mais um episódio de uma batalha judicial que promete continuar até as urnas.

O imbróglio jurídico reflete o acirramento da disputa política na capital pernambucana, onde o déficit habitacional e a situação das pessoas em condição de rua têm sido temas centrais nos debates eleitorais. Com ambos os lados reivindicando a vitória nos tribunais e nas urnas, a campanha para a Prefeitura do Recife se configura como uma das mais disputadas e polêmicas dos últimos anos.

À medida que a eleição se aproxima, o eleitor recifense será bombardeado com informações e contra-informações, em uma batalha não apenas nas ruas, mas também nos tribunais. O desfecho dessa disputa judicial poderá influenciar significativamente o resultado final, tornando o pleito deste ano um dos mais imprevisíveis na história recente da cidade.

Fonte: Blog Dantas Barreto