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Réus da tragédia da Boate Kiss se entregam após decisão de Toffoli

Sócios e músicos condenados devem permanecer presos até audiência de custódia; defesa critica o STF
  • Categoria: Brasil
  • Publicação: 03/09/2024 12:35
  • Autor: Gabriella Braz

Na noite desta segunda-feira (2), os quatro réus condenados pelo trágico incêndio na Boate Kiss, ocorrido em 2013, que vitimou 242 pessoas em Santa Maria (RS), se entregaram às autoridades após uma decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF). A determinação prevê que os réus permaneçam presos até a realização de uma audiência de custódia.

Os sócios da boate, Elisandro Spohr e Mauro Hoffmann, junto com Marcelo de Jesus e Luciano Bonilha, integrantes da banda Gurizada Fandangueira, foram condenados em dezembro de 2021 por homicídio simples com dolo eventual, com penas que variam entre 18 e 22 anos. No entanto, o julgamento foi anulado em 2022 sob alegações de irregularidades processuais. A decisão de Toffoli, agora, acata pedidos do Ministério Público do Rio Grande do Sul e do Ministério Público Federal para reverter essa anulação.

As defesas dos réus alegam terem sido surpreendidas pela decisão, afirmando que o processo "tramitou de forma sigilosa e silenciosa às defesas". Os advogados afirmaram que aguardavam uma reunião com o ministro, marcada para a próxima semana, antes de qualquer ação judicial ser tomada. Jader Marques, advogado de Elisandro Spohr, publicou um vídeo em que confirma a prisão de seu cliente e critica duramente a postura do Supremo Tribunal Federal. Já a defesa de Mauro Hoffmann declarou que irá cumprir a decisão, mas que buscará discutir a questão nas "esferas competentes".

O incêndio na Boate Kiss é uma das maiores tragédias do Brasil, e a busca por justiça para as vítimas tem gerado intensos debates jurídicos e emocionais ao longo dos anos. A decisão de Toffoli é mais um capítulo nesse longo e doloroso processo, que continua a mexer com a memória de Santa Maria e de todo o país.

Fonte: Correio Braziliense