Nesta quarta-feira (11), o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) negou o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Deolane Bezerra, advogada, empresária e influenciadora digital. A decisão foi assinada pelo desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, da 4ª Câmara Criminal, que justificou a recusa citando o descumprimento de medidas cautelares impostas à influenciadora. Deolane foi presa preventivamente na terça-feira (10), após ter sua prisão domiciliar revogada por conceder entrevistas e publicar conteúdos nas redes sociais, ações que violaram as condições estabelecidas.

Declarações à Imprensa e Redes Sociais

A defesa de Deolane argumentou que as declarações dadas à imprensa logo após sua saída da Colônia Penal Feminina do Recife foram resultado do assédio excessivo dos repórteres, afirmando que a influenciadora apenas expressou que se sentia injustiçada. Contudo, o desembargador não aceitou essa justificativa, apontando que Deolane não só falou sobre o processo, mas também utilizou suas redes sociais, com milhões de seguidores, para sugerir que estava sendo censurada.

Uma das postagens feitas por Deolane incluía a imagem de uma mulher amordaçada, o que foi interpretado como uma tentativa de mobilizar sua vasta audiência contra as autoridades e o processo em andamento. O desembargador destacou que essa conduta afronta diretamente as medidas cautelares que haviam sido impostas quando a prisão preventiva foi convertida em domiciliar.

Transferência para Presídio em Buíque

Após a revogação da prisão domiciliar, a juíza Andréa Calado da Cruz determinou a transferência de Deolane para a Colônia Penal Feminina de Buíque, a cerca de 280 km de Recife. A escolha do local foi motivada pela intenção de afastar a influenciadora dos centros urbanos, diminuindo a influência que ela poderia exercer sobre o andamento do processo. Deolane está isolada em uma cela, numa unidade prisional que enfrenta superlotação. O presídio, com capacidade para 107 presas, atualmente abriga 264.

Operação Integration e Investigação

Deolane Bezerra foi presa inicialmente no último dia 4 de setembro, durante a Operação Integration, que investiga uma organização criminosa envolvida em crimes de lavagem de dinheiro e prática ilegal de jogos de azar. A operação também tem como alvo a empresa Esportes da Sorte, com sede em Recife. Além de Deolane, sua mãe, Solange Bezerra, também foi detida e segue presa na Colônia Penal Feminina do Recife.

Em depoimento, Deolane negou qualquer envolvimento em crimes de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens. Ela confirmou ter mantido contrato com a empresa Esportes da Sorte, mas afirmou que o vínculo foi encerrado em maio de 2023. Solange, por sua vez, alegou não saber a origem dos altos valores movimentados em sua conta bancária, afirmando precisar da ajuda de um contador para esclarecimentos.

Impacto no Caso

A negativa do habeas corpus agrava a situação jurídica de Deolane Bezerra, que enfrenta agora uma batalha judicial prolongada. Com milhões de seguidores nas redes sociais, a influenciadora permanece no centro de um caso de grande repercussão. A decisão judicial reforça a postura rígida do TJPE diante das violações das medidas cautelares, enquanto a defesa de Deolane busca novos caminhos para tentar reverter sua prisão preventiva.

Fonte: JC Online