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Mesmo sob forte perseguição, cristãos norte-coreanos mantêm fé viva e fazem o Evangelho crescer

Apesar da opressão brutal do regime de Kim Jong-un, o cristianismo resiste e ganha força na Coreia do Norte
  • Categoria: Gospel
  • Publicação: 23/09/2024 09:01
  • Autor: Redação

Em meio ao regime implacável de Kim Jong-un, onde a posse de uma Bíblia pode significar uma sentença de execução, o Evangelho continua a crescer na Coreia do Norte. O governo norte-coreano, determinado a erradicar qualquer forma de religião, especialmente o cristianismo, enfrenta a resistência silenciosa, porém poderosa, de crentes como Illyong Ju, que não desistem de espalhar a mensagem de Cristo.

Illyong, um norte-coreano que se dedica à evangelização, compartilhou sua experiência de fé em uma entrevista ao International Christian Concern (ICC). Sua família foi duramente afetada pela perseguição religiosa no país; muitos parentes foram levados a campos de prisioneiros políticos quando sua fé cristã foi descoberta. Ainda assim, Illyong mantém a esperança e vê no crescimento da igreja subterrânea norte-coreana uma luz em meio à escuridão da opressão.

“O Evangelho é imparável. Sinto a obrigação de contar minha história. Espero que meu testemunho contribua para informar o mundo sobre a opressão que o povo norte-coreano está sofrendo”, afirmou Illyong.

Apesar dos enormes desafios, Illyong relata que o cristianismo no país se mantém vivo e ativo por meio de diferentes formas de evangelização. Ele descreve três categorias principais de cristãos no país: os "Stump Believers", que são fiéis desde antes da criação do regime comunista e mantêm sua fé em segredo, repassando-a às novas gerações; os "Outside Recipients", norte-coreanos que descobriram o cristianismo no exterior, geralmente na China, e retornaram ao país, muitas vezes de forma involuntária; e os "Internal Acceptors", aqueles que ouviram sobre Jesus dentro da própria Coreia do Norte por meio de contato com estrangeiros ou cristãos convertidos.

Segundo Illyong, as Bíblias começaram a circular nos mercados norte-coreanos, sendo conhecidas como "livros de bênçãos", demonstrando que, mesmo em um ambiente de repressão extrema, a mensagem do Evangelho está se espalhando. Para ele, essa disseminação mostra a resiliência dos cristãos norte-coreanos, comparando-os aos 7.000 justos que, na Bíblia, não se curvaram a Baal.

Contudo, a realidade de perseguição permanece brutal. Em 2023, cerca de 600 refugiados norte-coreanos foram forçados a retornar da China, onde enfrentaram interrogatórios e torturas, com muitos possivelmente executados. Mesmo assim, Illyong acredita que Deus está trabalhando nessas circunstâncias adversas, e testemunha que muitos desses crentes continuam compartilhando sua fé, mesmo nas prisões.

Ele destacou ainda o desenvolvimento do mercado informal no país, que está enfraquecendo o controle do regime sobre a população. Essa mudança tem aberto novas oportunidades para a disseminação do Evangelho, especialmente entre os jovens e uma classe emergente de capitalistas que estão mais expostos a influências externas.

Illyong sonha com uma península coreana unida, onde Jesus seja o único rei. Ele incentiva os cristãos ao redor do mundo a se juntarem ao movimento “Um Rei, Uma Coreia”, promovido por desertores norte-coreanos, para que o Evangelho alcance ainda mais pessoas no país.

A Coreia do Norte continua ocupando o 1º lugar na Lista Mundial da Perseguição da Missão Portas Abertas de 2024, que destaca os lugares mais difíceis do mundo para ser cristão. Contudo, como afirma Illyong, em meio à opressão implacável, a fé dos cristãos norte-coreanos brilha com uma força indomável, provando que a Palavra de Deus não pode ser silenciada.

Fonte: Guia-me