Deputados chilenos propõem impeachment de três ministros da Suprema Corte em meio a escândalo de corrupção
Caso envolve tráfico de influência e abala confiança na Justiça chilena; ministros são acusados de falta de imparcialidade e má conduta
- Categoria: Internacional
- Publicação: 24/09/2024 08:31
- Autor: Redação
Nesta segunda-feira (23), um grupo de deputados do Chile apresentou um pedido de impeachment contra três ministros da Suprema Corte, Ángela Vivanco, Jean Pierre Matus e Sergio Muñoz, envolvidos em um escândalo de corrupção que chocou o país. O caso, conhecido como “Caso Áudios”, revelou práticas de tráfico de influência e violações éticas dentro da mais alta instância judicial chilena.
Daniel Melo, líder do Partido Socialista (PS) na Câmara dos Deputados, destacou que o objetivo do processo é restaurar a fé pública nas instituições judiciais do país, enfatizando que "não pode haver uma justiça para os ricos e outra para os pobres". O impeachment, um procedimento constitucional que pode resultar na destituição dos ministros ou na proibição de exercerem cargos públicos por cinco anos, está sendo visto como uma resposta à crise de confiança no Judiciário.
O escândalo estourou após o vazamento de conversas entre Vivanco e o advogado Luis Hermosilla, preso preventivamente desde agosto, nas quais a ministra solicitava ajuda para garantir sua posição na Suprema Corte e influenciava a nomeação e promoção de juízes. Matus também está no centro das acusações, após ter inicialmente negado vínculos com Hermosilla, mas depois admitir que trocou mensagens com o advogado, prejudicando sua credibilidade e imparcialidade.
Além disso, o ministro Sergio Muñoz é investigado por fornecer informações privilegiadas à sua filha para facilitar a compra de imóveis, embora não esteja diretamente ligado ao caso Hermosilla.
Parlamentares de diversas correntes políticas, incluindo a coalizão de direita Chile Vamos, descreveram a situação como "a maior crise do Judiciário chileno nos últimos 34 anos". As acusações foram apresentadas em conjunto como um "grande sinal de união" para combater a corrupção no país e restaurar a confiança nas instituições públicas.
Se a Câmara aprovar as acusações, o Senado será responsável por julgar os ministros e decidir sobre suas possíveis destituições.
Fonte: Pleno News