Primeiro-Ministro do Líbano Apela à Diplomacia em Meio a Conflitos com Israel
Najib Mikati reforça que o diálogo internacional é o caminho para cessar a violência entre Israel e o Hezbollah
- Categoria: Internacional
- Publicação: 30/09/2024 08:22
- Autor: Redação
Em meio a uma escalada de violência no Oriente Médio, o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, reafirmou neste domingo (29) que a diplomacia é a única solução para o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hezbollah. Em uma coletiva de imprensa, Mikati destacou a importância de fóruns internacionais e defendeu a aplicação da resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que busca a paz entre as partes envolvidas.
"Não temos outra opção senão a diplomacia. Desde o início, pedimos a implementação completa da resolução 1701 e o governo está empenhado nisso", afirmou Mikati, referindo-se ao acordo que pôs fim à guerra entre Israel e o Hezbollah em 2006. O premiê libanês também expressou sua confiança na comunidade internacional e no papel das Nações Unidas em garantir a paz na região. "O Líbano acredita na legitimidade internacional e na ONU, não na lei do mais forte", acrescentou.
Crescente Tensão e Ofensiva Israelense
Nas últimas semanas, Israel intensificou seus ataques a redutos do Hezbollah no Líbano, culminando com a morte de Hassan Nasrallah, líder do grupo, na última sexta-feira (27), nos arredores de Beirute. Essa ofensiva faz parte de uma longa disputa entre Israel e o Hezbollah, que tem raízes profundas no histórico conflito árabe-israelense.
O primeiro-ministro libanês lembrou que seu governo defende um cessar-fogo tanto no Líbano quanto na Faixa de Gaza, ressaltando que essa tem sido sua posição há "sete ou oito meses", muito antes de a violência escalar ao nível atual. “O cessar-fogo em Gaza também levaria a uma trégua no Líbano, permitindo que os moradores retornassem às suas casas no norte de Israel e a vida voltasse ao normal, enquanto trabalhamos para implementar a resolução 1701”, enfatizou Mikati.
Resolução 1701 e o Papel da ONU
A resolução 1701, aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU em 2006, foi desenhada para estabelecer um cessar-fogo duradouro entre Israel e o Hezbollah, impondo o desarmamento de todas as milícias no Líbano e a retirada das forças israelenses do sul do país. No entanto, sua implementação tem enfrentado obstáculos, em parte devido à complexidade da situação no terreno, onde o Hezbollah ainda mantém influência significativa.
Nasrallah e outros líderes do Hezbollah insistem que a luta contra Israel continuará até que a guerra em Gaza chegue ao fim. Esta postura tem contribuído para o prolongamento dos confrontos, desafiando a autoridade do governo libanês e a implementação da resolução da ONU. A comunidade internacional, por sua vez, continua a pressionar por uma solução pacífica, embora a dinâmica da região torne qualquer progresso difícil.
Impacto na Região
A crescente violência entre Israel e o Hezbollah tem gerado preocupações não só no Líbano, mas em toda a região do Oriente Médio. O risco de uma guerra em larga escala entre as duas partes permanece uma ameaça real, o que tem levado líderes como Mikati a buscar ativamente soluções diplomáticas. A ONU e outras potências mundiais têm se mostrado dispostas a mediar as negociações, mas os desafios de cessar-fogo em múltiplas frentes complicam ainda mais o quadro.
Enquanto isso, a população libanesa segue sofrendo com os efeitos colaterais do conflito, com deslocamentos forçados, destruição de infraestrutura e uma economia já debilitada. Mikati, em seu discurso, pediu paciência e cooperação internacional para que o Líbano consiga superar este período de instabilidade. “Voltaremos à mesa de negociação, mais cedo ou mais tarde, e continuaremos a ter fé no diálogo e na diplomacia como a única saída para essa crise”, concluiu o primeiro-ministro.
A postura firme de Mikati em favor da diplomacia e da aplicação da resolução 1701 pode ser um indicativo de que o Líbano está tentando evitar uma escalada maior, mesmo que as tensões permaneçam altas.
Fonte: Pleno News