O Exército de Israel anunciou neste domingo (29) a morte de Nabil Qaouk, comandante da unidade de Segurança Preventiva do Hezbollah, em um ataque aéreo lançado no sábado (28) nos subúrbios de Dahye, ao sul de Beirute. Segundo o comunicado das Forças Armadas israelenses, o bombardeio foi “preciso” e faz parte da estratégia de eliminar alvos de alto escalão da organização terrorista libanesa.

Qaouk, considerado um dos líderes próximos à cúpula do Hezbollah, se juntou ao grupo em 1980 e era conhecido por sua atuação na representação política do Hezbollah no sul do Líbano. Sua morte ocorre apenas um dia após Israel confirmar a morte de Hassan Nasrallah, o principal líder do Hezbollah e figura-chave no apoio iraniano ao grupo. O Exército de Israel afirmou que a eliminação de Qaouk é mais um passo na ofensiva contínua contra o Hezbollah.

Intensificação dos Ataques

Nas últimas semanas, Israel intensificou sua campanha militar contra alvos do Hezbollah em resposta às crescentes tensões na região. O ataque que resultou na morte de Qaouk aconteceu no bairro de Chiyah, nos subúrbios ao sul de Beirute, de acordo com a agência de notícias libanesa ANN. A área é conhecida como um dos principais redutos do Hezbollah, e os ataques aéreos tiveram como alvo locais estratégicos onde, segundo Israel, o grupo estava acumulando mísseis antinavio escondidos em edifícios residenciais.

Ainda no domingo, as Forças de Defesa de Israel (IDF) emitiram um alerta à população civil libanesa, aconselhando que mantivessem uma distância de pelo menos 500 metros de áreas onde o Hezbollah possui infraestrutura militar. O comunicado do Exército destacou que os ataques continuarão enquanto houver ameaças à segurança de Israel. "As Forças de Defesa de Israel continuam a atacar e eliminar os comandantes da organização terrorista Hezbollah e agir contra qualquer pessoa que ameace os cidadãos do Estado de Israel", afirmou o porta-voz militar.

A Importância de Qaouk no Hezbollah

Nabil Qaouk desempenhava um papel crucial dentro da estrutura do Hezbollah, sendo o responsável pela segurança interna da organização. Sua figura era frequentemente vista nos meios de comunicação libaneses, onde defendia as políticas do grupo e o envolvimento militar nas operações contra Israel. A morte de Qaouk representa um duro golpe para o Hezbollah, que perdeu dois de seus principais líderes em menos de 48 horas, enfraquecendo sua liderança e capacidade de resposta.

Embora o Hezbollah ainda não tenha emitido uma declaração oficial sobre a morte de Qaouk, o impacto das recentes perdas no grupo deve provocar uma resposta em breve. O Hezbollah, apoiado pelo Irã, tem sido uma das principais forças opositoras a Israel no Oriente Médio, com uma presença forte no Líbano e uma aliança estratégica com Teerã.

Netanyahu: "O Trabalho Ainda Não Está Concluído"

Em sua primeira aparição pública após a morte de Nasrallah, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou que, apesar das conquistas alcançadas, a operação militar contra o Hezbollah ainda está longe de terminar. "Alcançamos grandes conquistas, mas o trabalho ainda não está concluído. Nos próximos dias, enfrentaremos desafios importantes e os enfrentaremos juntos", afirmou Netanyahu em um vídeo divulgado no sábado à noite.

Netanyahu tem reforçado o compromisso de Israel em neutralizar as ameaças representadas pelo Hezbollah, especialmente em um momento em que a guerra na região se intensifica e as relações com o Irã se deterioram ainda mais. A eliminação de líderes-chave como Nasrallah e Qaouk representa um avanço significativo para Israel em sua estratégia de desmantelar a infraestrutura militar do Hezbollah, mas também levanta preocupações sobre retaliações futuras.

Futuro da Região

A morte de Qaouk, somada à de Nasrallah, eleva a tensão entre Israel e o Hezbollah a novos patamares. Especialistas em segurança temem que o vácuo de liderança dentro do Hezbollah possa levar a uma reorganização interna do grupo, ou até mesmo a uma intensificação dos combates em retaliação às ações israelenses. O conflito prolongado entre os dois lados tem ramificações que vão além das fronteiras libanesas, com o risco de envolver potências regionais como o Irã e provocar uma nova onda de instabilidade no Oriente Médio.

Enquanto isso, a população civil, tanto no Líbano quanto em Israel, permanece no centro de uma disputa geopolítica que ameaça a segurança e a estabilidade de toda a região. A comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos e a ONU, tem apelado por uma trégua imediata, mas as expectativas de uma solução pacífica ainda parecem distantes.

Fonte: Pleno News