Eleição Municipal: Quaest Destaca Desafios de Apuração e Abstenção em Capitais no Segundo Turno
Instituto ressalta amadurecimento do eleitor e índices recordes de indecisos e abstenção nas principais capitais do país
- Categoria: Política
- Publicação: 28/10/2024 19:20
- Autor: Redação

Na análise do segundo turno das eleições municipais nas capitais brasileiras, a Quaest, uma das empresas de pesquisa de maior reconhecimento no cenário brasileiro, sublinhou o alto percentual de eleitores indecisos e a crescente taxa de abstenção como dois dos maiores desafios enfrentados pelas pesquisas eleitorais deste ano. Segundo o instituto, o comportamento dos eleitores reflete um amadurecimento no processo de decisão, com um número significativo de pessoas optando por avaliar as opções de forma mais criteriosa, especialmente em cidades onde a disputa foi apertada.
Em um informe nacional, a Quaest destacou que “o amadurecimento do eleitor, que prefere avaliar o cenário por mais tempo, é um motivo importante para esse comportamento, principalmente nas cidades em que a disputa foi mais acirrada”. Esse movimento foi observado em Olinda, onde a pesquisa da Simplex, divulgada em parceria com a CBN, mostrava o vereador Vinicius Castello (PT) mantendo vantagem sobre o concorrente no primeiro turno, porém com uma diferença dentro da margem de indecisos, que chegou a 13,6%.
Tendências e Impactos do Segundo Turno
As urnas confirmaram as principais tendências observadas pela Quaest ao longo da corrida eleitoral, incluindo a força das administrações municipais em impulsionar as reeleições, o crescimento da direita na reta final e as dificuldades dos candidatos de esquerda em capitalizar a aprovação do governo Lula em determinadas regiões. Entre os resultados, os analistas da Quaest indicaram que, nas pesquisas de véspera, fatores como o alto índice de abstenção – que alcançou 29,26% neste segundo turno – comprometeram a previsibilidade dos resultados. Esse percentual é um dos maiores desde 2020, quando o país enfrentava os desafios da pandemia.
Capitais como São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre registraram níveis de abstenção recorde. Em São Paulo, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) foi reeleito, repetindo o sucesso de Fuad Noman (PSD) em Belo Horizonte e Sebastião Melo (MDB) em Porto Alegre. Em Fortaleza, a disputa entre Evandro Leitão (PT) e André Fernandes (PL) foi uma das mais acirradas, com vitória de Leitão por uma diferença de menos de 1 ponto percentual.
Resultados Confirmados em Todo o País
A pesquisa da Quaest conseguiu acertar uma série de vitórias em outras capitais. Em Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD) superou Cristina Graeml, enquanto em Natal, Paulinho Freire (União) derrotou Natália Bonavides (PT). Em Manaus, David Almeida (Avante) venceu Capitão Alberto Neto (PL), enquanto em Goiânia, Sandro Mabel (União) foi vitorioso sobre Fred Rodrigues (PL).
Outras capitais também confirmaram as previsões da Quaest: em João Pessoa, Cícero Lucena (PP) derrotou Marcelo Queiroga (PL); em Aracaju, Emilia Corrêa (PL) venceu Luiz Roberto (PDT); e em Porto Velho, Léo (Podemos) superou Mariana Carvalho. Em Belém, o candidato Igor Normando (MDB) venceu Eder Mauro (PL), e em Campo Grande, Adriane Lopes (PP) prevaleceu sobre Rose Modesto (União) em uma disputa acirrada.
Em Palmas e Cuiabá, os resultados apontaram surpresas. Eduardo Siqueira Campos (Podemos) teve um desempenho superior ao esperado e venceu Janad Valcari (PL) em Palmas, enquanto em Cuiabá, Abílio Brunini (PL) derrotou Lúdio Cabral (PT), revertendo as expectativas de um pleito mais equilibrado.
Indecisão e Abstenção Como Fatores Decisivos
As pesquisas eleitorais deste ano enfrentaram um novo desafio: um eleitorado mais reticente e indeciso, somado a uma taxa de abstenção que ultrapassou expectativas em várias regiões. Segundo a Quaest, essa tendência de aumento nos índices de abstenção e indecisão pode estar relacionada ao cenário político acirrado e à crescente desconfiança dos eleitores em relação a figuras políticas tradicionais.
A análise da Quaest reflete o amadurecimento do eleitor brasileiro, que opta por avaliar o contexto político de maneira mais minuciosa. Em um cenário onde a decisão de última hora pode alterar significativamente os resultados, os desafios para as pesquisas são ampliados, exigindo novas estratégias para medir o comportamento eleitoral de maneira precisa.
O Futuro das Pesquisas e o Papel da Quaest
Com as complexidades observadas nas eleições deste ano, a Quaest e outras empresas de pesquisa precisarão adotar métodos ainda mais sofisticados para capturar as nuances do eleitorado brasileiro. Em um cenário onde a indecisão e a abstenção se tornam elementos decisivos, a capacidade de adaptação e precisão nas análises torna-se crucial.
Fonte: Blog do Jamildo
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