Na manhã desta terça-feira (29), estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) começaram a relatar que suas carteirinhas de estudante foram marcadas como inválidas. O problema veio à tona após a deflagração da Operação "Half Pass", realizada pela Polícia Civil na última sexta-feira (25), que tinha como objetivo desmantelar uma organização criminosa especializada na falsificação de documentos estudantis.

A investigação, iniciada em setembro deste ano após uma prisão em flagrante em Camaragibe, levou ao cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão emitidos pela 14ª Vara Criminal da Capital. A operação mobilizou 50 policiais civis e ocorreu nas cidades de Recife, Olinda e Gravatá. Entre os alvos estavam áreas de distribuição de carteirinhas falsas, localizadas na Avenida Conde da Boa Vista e em instituições como a Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) e a própria UFPE.

Relatos de invalidez e problemas para validação

Vários estudantes relataram dificuldades para validar suas carteirinhas. Cristiane Ribeiro, estudante de jornalismo da UFPE, contou que ao tentar validar o documento usando seu CPF e código, ambos resultaram em erro. Inicialmente, Cristiane conseguiu verificar a validade por meio de um QR Code em um site que parecia oficial. No entanto, ao validar no portal oficial da meia-entrada, recebeu a mensagem de que seu documento era inválido.

Estudantes descobriram que, apesar de as carteirinhas falsas incluírem QR Codes, seus dados não estão cadastrados na base oficial da União Nacional dos Estudantes (UNE) nem no portal Meia-Entrada Estudantil. Essa descoberta aumentou a preocupação entre os universitários, que agora enfrentam dúvidas sobre a autenticidade de seus documentos e temem perder o benefício da meia-entrada em eventos culturais.

Resposta da UNE e a importância do documento oficial

A União Nacional dos Estudantes (UNE) divulgou uma nota oficial em resposta à operação, afirmando que tomou conhecimento das investigações sobre a falsificação do Documento Nacional do Estudante (DNE) em Pernambuco e reiterando que os documentos legítimos são emitidos exclusivamente pelo site oficial desde 2016, conforme previsto na Lei 12.933/2013. A UNE também destacou que os documentos oficiais contêm uma assinatura digital e um QR Code que permitem a verificação segura no portal oficial.

Segundo a nota, a UNE se comprometeu a cooperar com as autoridades para garantir a identificação e punição dos responsáveis pelo esquema de falsificação. A entidade ressaltou que essas práticas não apenas prejudicam os estudantes diretamente afetados, como também minam a credibilidade de um documento que representa um direito conquistado pelo movimento estudantil para garantir o acesso à cultura, lazer e entretenimento.

Impacto e repercussão para os estudantes

A operação gerou impacto imediato, com inúmeros relatos de estudantes frustrados ao tentarem validar carteirinhas em sites que foram identificados como falsos. A operação "Half Pass" trouxe à tona o alcance de um esquema fraudulento que visava enganar milhares de estudantes em Pernambuco, comprometendo o acesso ao benefício da meia-entrada. Para muitos, a descoberta levantou dúvidas sobre a segurança e confiabilidade das carteirinhas adquiridas e motivou uma corrida para verificar a autenticidade dos documentos.

A UNE orienta que todos os estudantes confiram seus documentos exclusivamente pelo validador disponível no site oficial, como forma de assegurar que o documento utilizado esteja de acordo com as normas legais e seja aceito em locais que ofereçam a meia-entrada.

O desdobramento da investigação segue em andamento, e o caso reforça a necessidade de os estudantes redobrarem a atenção na hora de adquirir o Documento Nacional do Estudante.

Fonte: JC Online