A partir desta semana, clientes da Copergás enfrentarão um novo reajuste na tarifa de distribuição do gás natural, que passará de R$0,3372 para R$0,499 por metro cúbico, representando um aumento significativo no custo para os consumidores. Em dois anos, a tarifa de distribuição da Copergás registrou alta de 87%, após a última elevação de R$0,2669 para R$0,3372, em outubro de 2023.

A alta afeta todos os segmentos de uso do gás natural, exceto o veicular (GNV/GNC), que segue com tributação diferenciada de 12% de ICMS e 9,25% de PIS/COFINS. Para o setor industrial, que paga uma alíquota mais elevada de ICMS (20,5%) além dos 9,25% de PIS/COFINS, o aumento pode gerar impacto direto nos custos finais dos produtos. Em resposta, líderes empresariais têm se mobilizado para tentar conter o reajuste, que está sob análise da Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe).

Além do reajuste, a Copergás anunciou uma estratégia de investimento ambiciosa, com o objetivo de destinar R$986 milhões em infraestrutura e melhorias no fornecimento de gás até 2029. Esse novo patamar é 65% superior ao previsto anteriormente, fruto de uma política que reduziu a distribuição de dividendos entre acionistas de 100% para 25%, permitindo a reinjeção de 75% dos lucros no estado.

Estatal vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, a Copergás possui participação majoritária do Estado, com 51% das ações ordinárias, e participação igualitária de 24,5% das empresas privadas Norgás S.A. e Mitsui Gás e Energia do Brasil. Com essa mudança, a empresa visa fortalecer a infraestrutura energética de Pernambuco, enquanto os consumidores, especialmente do setor industrial, aguardam o resultado da negociação para conter o impacto dos aumentos.

O reajuste e a reestruturação de investimentos refletem a busca por sustentabilidade financeira e expansão de serviços, mas têm gerado preocupações quanto ao impacto nos custos industriais e no orçamento dos consumidores residenciais.

Fonte: JC Online