Investigação de Empresário Ligado à Open Society e Contratos com Theatro Municipal Levanta Suspeitas
Entidade presidida por Raul Paulino Torres, que recebeu expressivos recursos da Open Society, atrai atenção após contrato inusitado com o Theatro Municipal de São Paulo.
- Categoria: Brasil
- Publicação: 12/11/2024 17:39
- Autor: Redação
Raul Paulino Torres, contador e presidente do Instituto Incube – a entidade que mais recebeu fundos da Open Society no Brasil em 2023 – encontra-se sob os holofotes não apenas por sua gestão da ONG, mas também por seu envolvimento empresarial. Proprietário da Pedra Preta Galeria e Café, registrada como uma empresa do setor alimentício, Torres assinou um contrato de R$ 100 mil com o Theatro Municipal de São Paulo, gerando questionamentos.
Segundo reportagem publicada pela Gazeta do Povo, a Pedra Preta foi contratada para fornecer “elenco coadjuvante” para uma ópera apresentada entre junho e julho deste ano. A contratação chamou a atenção por ter ocorrido apenas meses após a empresa se registrar oficialmente na Receita Federal, em julho de 2023, tendo como atividade principal “lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares”.
Apesar disso, a justificativa do Theatro Municipal foi que a Pedra Preta possuía um “CNAE ativo para execução dessa atividade”, abrangendo produção teatral, musical e outras artes cênicas em suas atividades secundárias.
Dúvidas sobre a Existência Física da Empresa
A situação se tornou ainda mais polêmica devido à falta de evidências sobre a existência física da Pedra Preta. O endereço registrado na Receita Federal, localizado na Vila Romana, Zona Oeste de São Paulo, não exibe qualquer indicação de que lá funcione um café, e as portas do local permanecem fechadas, de acordo com a investigação.
Coincidentemente, a sede declarada da Pedra Preta fica a cerca de um quilômetro do endereço do Instituto Incube, que recebeu R$ 17 milhões da Open Society em 2023. Esta proximidade e a relação entre as entidades levantaram suspeitas sobre o uso dos recursos recebidos.
Histórico de Investigações
Torres também é alvo de um inquérito aberto em janeiro deste ano pela polícia, que investiga desvios de recursos do ISPIS, ONG onde ele atuou como contador por uma década. A entidade acusa Torres de efetuar pagamentos a si mesmo sem respaldo contratual, o que somou mais de R$ 760 mil transferidos para sua conta pessoal e para uma empresa de consultoria de sua propriedade.
Torres defende que tais transferências foram parte de um acordo de comissionamento de 5% sobre a arrecadação do ISPIS. No entanto, ele não compareceu à delegacia na data marcada para prestar depoimento, com sua defesa justificando a falta de tempo para a análise dos autos.
A situação continua em desenvolvimento, com o Theatro Municipal e o empresário sob intensas averiguações para esclarecer os fatos.
Fonte: Pleno News