O arcebispo de Canterbury, Justin Welby, surpreendeu a comunidade religiosa e o mundo com o anúncio de sua renúncia, na terça-feira (12), em resposta a um escândalo envolvendo o encobrimento de abusos cometidos por John Smyth, ex-líder de um grupo cristão. A decisão de Welby, que contou com “a graciosa permissão” do Rei Charles III, foi divulgada através de um comunicado no site oficial da Igreja da Inglaterra.

Welby afirmou que a Revisão Makin, uma investigação independente liderada por Keith Makin, revelou uma “conspiração de silêncio mantida por tanto tempo sobre os abusos hediondos de John Smyth”. Smyth, falecido em 2018, foi acusado de abusar de mais de 100 meninos e jovens adultos nos anos 1970 e 1980, durante acampamentos cristãos.

“Quando fui informado em 2013 e me disseram que a polícia havia sido notificada, acreditei, de forma equivocada, que uma resolução apropriada seguiria,” disse Welby, assumindo a responsabilidade pelas falhas institucionais.

A renúncia de Welby também vem após recentes declarações sobre sua aceitação de relações homossexuais e sexo fora do casamento, temas que geraram controvérsia entre os fiéis mais conservadores.

Uma petição pedindo sua saída reuniu mais de 13 mil assinaturas. “Com tristeza, acreditamos que não há alternativa à sua renúncia imediata, se o processo de mudança e cura deve começar agora”, declarava a petição.

Em sua despedida, Welby expressou: “Espero que essa decisão deixe claro o quão seriamente a Igreja da Inglaterra entende a necessidade de mudança e nosso profundo compromisso em criar uma igreja mais segura”.

Fonte: Guia-me