Notícias

Tragédia em Jaboatão: Polícia indicia três pessoas por atropelamento coletivo

Permissionário, pai do permissionário e motorista podem pegar até 20 anos de prisão
  • Categoria: Pernambuco
  • Publicação: 21/11/2024 17:00
  • Autor: Redação

A Polícia Civil de Pernambuco informou, nesta quinta-feira (21), o indiciamento de três pessoas por homicídio com dolo eventual devido ao atropelamento coletivo que deixou cinco mortos e 29 feridos durante uma procissão de Páscoa no bairro Marcos Freire, em Jaboatão dos Guararapes, em 31 de março deste ano.

Quem são os indiciados?

Os acusados, cujos nomes não foram divulgados, são:

  1. O permissionário do serviço público, responsável pela operação do micro-ônibus.
  2. O pai do permissionário, que gerenciava o veículo e deveria garantir sua manutenção.
  3. O motorista contratado no dia do acidente.

A polícia decidiu não responsabilizar a Prefeitura de Jaboatão, alegando que o micro-ônibus estava "totalmente irregular" e sem tacógrafo, equipamento obrigatório para controle de velocidade.

Configuração de dolo eventual

Segundo a investigação, os indiciados assumiram o risco da tragédia ao manipularem o sistema de freios do veículo, que apresentou problemas mecânicos na manhã do acidente. Ao invés de chamar um reboque, decidiram destravar manualmente as rodas traseiras para tentar movimentar o veículo, que acabou descendo desgovernado pela ladeira.

"Havia alternativas menos impactantes, como permitir a colisão com outro veículo, o que causaria apenas danos materiais", explicou o delegado Gilberto Loyo.

O acidente

O atropelamento aconteceu na "Ladeira do Adelaide" por volta das 17h, quando o micro-ônibus perdeu o controle e invadiu uma procissão religiosa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. A decisão do motorista de jogar o veículo contra a calçada, repleta de pedestres, foi considerada inadequada pela investigação.

Revolta da população

Após o incidente, moradores de Marcos Freire denunciaram a precariedade do transporte na região, citando micro-ônibus antigos, sem manutenção, e incapazes de subir ladeiras. O caso chamou a atenção do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que iniciou uma investigação sobre o transporte complementar no município.

Consequências

Se condenados, os indiciados poderão cumprir até 20 anos de prisão. O caso reacendeu o debate sobre a fiscalização e segurança no transporte público complementar em Pernambuco.

Fonte: Diário de Pernambuco