Apesar da rígida proibição do Partido Comunista Chinês (PCC) contra atividades evangelísticas voltadas para crianças, líderes cristãos na China estão encorajando os pais a ensinarem seus filhos à luz das Escrituras.

Contexto da proibição

As leis chinesas proíbem crianças menores de 18 anos de participarem de atividades religiosas, incluindo frequentar igrejas. Em muitas regiões, a entrada de crianças em templos é barrada. Essa restrição reflete os esforços do PCC para alinhar a sociedade chinesa ao ateísmo estatal, com as crianças sendo um dos principais alvos dessa política.

Segundo Erik Burklin, da organização China Partner, líderes religiosos têm relatado um aumento na fiscalização dessa lei:

"Eles não têm 'escola dominical' como no Ocidente, mas organizam espaços seguros para crianças ficarem enquanto seus pais adoram na igreja", disse Burklin.

Discipulado familiar como estratégia

Com a impossibilidade de ministrar diretamente às crianças, os líderes cristãos na China têm investido no discipulado familiar. Essa abordagem se inspira no modelo do Antigo Testamento, no qual os pais eram responsáveis por ensinar a fé aos seus filhos.

“Estamos repensando como fazemos o ministério para os pais”, afirmou um líder religioso ao Mission Network News.

Além disso, os líderes têm pedido apoio em orações e materiais educativos que ajudem as famílias a transmitir os valores bíblicos. Apesar das restrições, há otimismo entre os cristãos chineses.

"Deus ainda está no controle e usando homens e mulheres para serem testemunhas, sal e luz em sua sociedade", destacou Burklin.

Pressão sobre igrejas

As autoridades chinesas permitem que os cristãos adorem em igrejas controladas pelo governo, que estão subordinadas às ideologias do PCC. Contudo, igrejas domésticas independentes, que operam fora do controle estatal, têm enfrentado crescente repressão, com muitas sendo fechadas.

A Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos EUA apontou que grupos religiosos enfrentam perseguição caso não alinhem seus ensinamentos aos objetivos do partido.

Ranking da perseguição

A China ocupa o 19º lugar na Lista Mundial da Perseguição da organização Portas Abertas de 2024, que identifica os países mais difíceis para ser cristão.

Apesar disso, líderes cristãos continuam firmes, com fé de que Deus está agindo mesmo sob severas restrições.

Fonte: Guia-me