O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu sinal verde para que a Ucrânia utilize armas norte-americanas de longo alcance contra alvos na Rússia. A informação foi divulgada pela CBS News neste domingo (17), marcando uma nova etapa na guerra entre os dois países e aumentando o risco de escalada no conflito.

Pressão de Zelensky e Decisão Estratégica

A decisão ocorre após meses de apelos do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que busca reverter os avanços russos no leste da Ucrânia. As armas autorizadas são os mísseis MGM-140 Army Tactical Missile System (ATACMS), com alcance de até 300 quilômetros, permitindo ataques precisos em território russo.

Embora a Casa Branca e o Pentágono ainda não tenham confirmado a informação, a decisão reflete um alinhamento estratégico de curto prazo, enquanto Biden participa da cúpula do G20 no Brasil.

Impacto no Terreno e na Política Internacional

Os ATACMS, conhecidos por sua velocidade e dificuldade de interceptação, já foram utilizados anteriormente pela Ucrânia para atingir alvos na Crimeia. Sua introdução no conflito ocorre em um momento crítico, com as forças russas consolidando posições no leste da Ucrânia e recebendo reforços de tropas norte-coreanas, segundo relatórios recentes.

A decisão também representa um dilema estratégico para o presidente eleito Donald Trump, que assumirá o cargo em breve. Trump, crítico do apoio militar à Ucrânia, pode optar por reverter essa política e buscar uma solução negociada para o conflito.

Reação de Putin e Escalada Global

Em setembro, o presidente russo Vladimir Putin alertou que o uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia representaria um envolvimento direto dos países da OTAN no conflito.

"Isso significará que os Estados Unidos e os estados europeus estão lutando contra a Rússia", declarou Putin, indicando que tal medida poderia ser considerada uma provocação militar direta.

O Kremlin ainda não respondeu oficialmente à decisão, mas analistas apontam que a escalada pode gerar represálias severas, incluindo novas movimentações militares e sanções econômicas.

Um Cenário de Risco e Incertezas

Com o conflito em um ponto de inflexão, a decisão de Biden intensifica as tensões geopolíticas e coloca o mundo em alerta. A introdução de mísseis de longo alcance na guerra eleva os riscos de confrontos mais amplos, envolvendo diretamente os interesses dos Estados Unidos, da OTAN e de potências adversárias como a Rússia e seus aliados.

A cúpula do G20, em andamento no Brasil, pode servir como palco para discussões sobre o conflito. Contudo, a decisão já parece consolidar a postura dos EUA em fornecer apoio militar contínuo à Ucrânia, mesmo diante das incertezas sobre o futuro da política externa sob a administração de Donald Trump.

Enquanto isso, a guerra na Ucrânia entra em uma nova fase, com impactos que podem repercutir muito além das fronteiras da Europa Oriental.

Fonte: Correio Braziliense