Lula Reafirma Dados Contestados sobre Fome Durante Abertura do G20
Declarações contrastam com números oficiais da ONU e geram questionamentos
- Categoria: Brasil
- Publicação: 18/11/2024 17:16
- Autor: Redação
Na abertura do primeiro dia da Cúpula de Líderes do G20, nesta segunda-feira (18), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a citar dados sobre a fome no Brasil que têm sido objeto de controvérsia. Em seu discurso, Lula destacou os avanços de sua gestão no combate à fome, mas apresentou números que não coincidem com os estudos oficiais da ONU.
Declaração de Lula
O presidente afirmou:
“Conseguimos sair do Mapa da Fome da FAO em 2014, para o qual voltamos em 2022, em um contexto de desarticulação do Estado de bem-estar social. Foi com tristeza que, ao voltar ao governo, encontrei um país com 33 milhões de pessoas famintas.”
Segundo ele, as políticas implementadas desde o início de seu mandato em janeiro de 2023 teriam retirado mais de 24,5 milhões de pessoas da extrema pobreza. Lula declarou ainda que pretende retirar o Brasil novamente do Mapa da Fome da FAO até 2026.
Discrepância nos Dados
Os números citados por Lula foram baseados em um estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Pessan), divulgado em 2022. No entanto, essa pesquisa, realizada entre novembro de 2021 e abril de 2022, tem sido criticada por sua metodologia e pela representatividade limitada da amostra.
Enquanto o levantamento da Pessan sugere que 33 milhões de brasileiros enfrentam insegurança alimentar severa, a ONU, por meio de suas agências, apontou um número bem menor: 8,4 milhões de pessoas entre 2021 e 2023. O mesmo relatório da ONU indica que 39,7 milhões vivem em insegurança alimentar moderada ou severa, mas apenas 14,3 milhões estão em estado grave de fome.
Repercussão
As declarações de Lula geraram debates sobre a confiabilidade dos dados usados em suas argumentações. Especialistas destacam a importância de uma base estatística sólida para embasar políticas públicas e evitar distorções nos discursos oficiais.
A cúpula do G20 segue até terça-feira (19), com líderes mundiais discutindo temas como segurança alimentar, mudanças climáticas e economia global.
Fonte: Pleno News